domingo, dezembro 19, 2010

Preconceitos, expectativas, convicções


Há uns dias, no decorrer de uma conversa com uma amiga, apercebi-me das três piores coisas que um ser humano pode possuir, na minha opinião: preconceitos, convicções e expectativas.

Obviamente que todos devem saber porque é que os preconceitos são algo indesejável: distorcem a realidade, fazendo-nos criar uma opinião acerca de algo ou alguma coisa antes de experimentarmos esse mesmo algo. O melhor exemplo de um preconceito é não nos darmos com uma pessoa por essa mesma pessoa ser de raça negra ou homossexual. E quem diz raça negra ou homossexual diz outra coisa qualquer. Porém, todos nós sabemos que os preconceitos distorcem a realidade e não nos premitem aprofundar os nossos conhecimentos, conhecer novas pessoas e novas ideias. São sempre anti-filosóficos.

As expectativas não ficam longe. A ideia é idêntica. Por exemplo, quando um teste nos corre lindamente, o que já me aconteceu muitas vezes, criamos expectativas de tirar uma excelente nota. No entanto, por vezes, tiramos uma nota boa (ou não), mas não excelente. Na minha opinião, as expectativas são horríveis na medida em que nos iludem. Geralmente, detorpam o futuro e quando nos apercebemos que o futuro não é como imaginávamos, ficamos frustrados e sentimo-nos enganados. Quando criamos más expectativas acerca de algo e o final acaba por se revelar feliz, parece-nos que não é mau de todo. No entanto, melhor é não criar expectativas de todo pois, assim, não precisamos de esperar, infelizes, que o final se revele feliz. Uma vida sem expectativas é uma vida sem preocupação e frustração.

Por fim, as convicções. A meu ver, estas são quase que as piores das três. Isto porque são tão ou mais anti-filosóficas que os preconceitos pois, quando estamos convictos de algo, não damos qualquer hipótese à existência ou reflexão acerca desse mesmo algo. Criamos uma resposta definitiva, não deixando margem para dúvidas. Esta ideia, opõe-se ao objectivo da filosofia, que é criticar e refletir acerca de todas as nossas crenças e ideias. Pois, com a filosofia, raramente há uma reposta definitva; arrisco mesmo a dizer nunca.

Para mim, uma pessoa sem qualquer uma destas três coisas, é uma pessoa forçosamente feliz. Eu tento sê-lo e, para isso, ao aperceber-me destes três tormentos, tento erradicá-los e destruir toda a ilusão que estes acarretam.

terça-feira, novembro 30, 2010

Osho: Lições de Vida - 1

Desde há uns aninhos que ando a ler umas pequenas parábolas e lições de vida do, provavelmente, maior filósofo budista: Osho. Desde que arranjei esse pequeno livro, que me apercebi logo da magia e da sabedoria que o rodeava. Ao lê-lo, o mundo tornava-se mais brilhante, utópico. Todas as preocupações desapareciam e os problemas parecia que nem lá estavam.

Tudo isto com verdades que todos nós conhecemos e que, no entanto, nos recusamos a aceitar. Preferimos complicar as coisas quando deveriamos fazer o contrário.

Deixo-vos aqui a primeira de muitas lições que colocarei no meu blog de tempos a tempos. Espero que vos ajude e que vos indique o caminho a seguir na vida.

Bênçãos Encobertas

O único problema que se põe relativamente à tristeza, ao desespero, à raiva, ao desânimo, à ansiedade, à angústia e à miséria é que o leitor se quer livrar de tudo isso. Essa é a única barreira. Terá de viver com tudo isso. Não pode simplesmente fugir. Tudo faz parte da vida em que tem de se integrar e crescer. São desafios da vida. Aceite-os. São bênçãos encobertas.
A Sorte e o Azar de um Aldeão (Parábola)

Um homem tinha um cavalo muito bonito e o cavalo era tão raro que até os imperadores tinham pedido ao homem para o vender – fosse qual fosse o preço – mas ele recusou. Então, uma manhã, ele descobriu que o cavalo tinha sido roubado. A aldeia inteira reuniu-se para lamentar e todos diziam:
- Que infeliz! Podias ter ganho uma fortuna; as pessoas ofereciam-te tanto. Foste teimoso e foste estúpido. Agora o cavalo foi roubado.
Mas o velho riu e disse:
- Não digam disparates! Digam apenas que o cavalo já não está no estábulo. Deixem que o futuro venha e depois veremos.
E aconteceu que, quinze dias depois, o cavalo regressou e não vinha sozinho – trouxe uma dúzia de cavalos selvagens com ele da floresta. A aldeia inteira juntou-se e todos disseram:
- O velho tinha razão! O cavalo voltou e trouxe doze belos cavalos com ele. Agora, pode ganhar tanto dinheiro quanto quiser.
Foram ter com o homem e disseram-lhe:
- Perdão. Não conseguimos entender o futuro e os caminhos de Deus, mas tu és grandioso! Tu sabias algo sobre isso; tu tens alguma visão sobre o futuro.
Ele disse:
- Que disparate! Tudo o que sei é que o cavalo regressou com doze cavalos; o que vai acontecer amanhã ninguém sabe.
E no dia seguinte sucedeu que o filho único do velho homem caiu e partiu as pernas quando estava a tentar domar um dos cavalos. Toda a aldeia se reuniu novamente e todos disseram:
- Nunca se sabe; tinhas razão. Afinal, foi uma maldição. Teria sido melhor que o cavalo não regressasse. Agora, o teu filho ficará aleijado para toda a vida.
O velho disse:
- Não se precipitem! Esperem e vejam o que acontece. Digam só que o meu filho partiu as pernas; é tudo.
Aconteceu que, quinze dias depois, todos os jovens da aldeia foram levados à força para combater porque o país ia entrar em guerra. Somente o filho do velho homem foi deixado para trás, porque não tinha qualquer utilidade. Toda a gente se reuniu… e disseram:
- Os nossos filhos partiram! Pelo menos, tu tens um filho. Talvez esteja aleijado, mas está aqui! Os nossos filhos partiram e o inimigo é de longe mais forte; vão ser todos mortos. Na nossa idade avançada, não teremos ninguém para tomar conta de nós, mas tu, pelo menos, tens o teu filho e talvez ele fique curado.
Mas o velho homem disse:
- Digam apenas que os vossos filhos foram levados. O meu filho foi deixado para trás, mas não há nenhuma conclusão.

Limite-se a expressar o facto! Não pense nas coisas como sendo uma maldição ou um bênção. Não interprete e subitamente verá que tudo é maravilhoso.

Ausência prolongada

Peço imensa desculpa a todos aqueles que gostam de ler o meu blog ou que têm curiosidade acerca do que escrevo. Ultimamente o trabalho escolar não me tem deixado tempo para escrever acerca do que penso. Nunca deixei de ter novas ideias nem de pensar acerca de assuntos da vida. No entanto, a escola rouba-me a energia necessária para depositar aqui o que me vem à memória.

Mais uma vez peço desculpa e passo desde já a avisar que voltarei a escrever regularmente nas férias do Natal, altura em que espero ter mais tempo para mim.

domingo, outubro 17, 2010

Agostinho da Silva

O professor Agostinho da Silva nasceu a 13 de Fevereiro de 1906, no Porto, e  foi, provavelmente, o maior filósofo  e pensador português. Para além disso, foi também poeta e ensaísta. O seu pensamento combina elementos de panteísmo, milenarismo e ética da renúncia, afirmando a Liberdade como a mais importante qualidade do ser humano. Agostinho da Silva pode ser considerado um filósofo prático e empenhado, através da sua vida e obra, na mudança da sociedade. Contudo, devido à ditadura salazarista e falta de liberdade de expressão, este grande homem é exilado para o Brasil, e é lá que desenvolve a sua filosofia. É por isso que não pudemos tirar proveito da sua filosofia, ficando grande parte dela no Brasil.

Aqui está um pequeno mas maravilhoso poema deste grande homem:

O que faço só importa
Se traduz o que vou sendo
Se assim não for é nada
Só finjo que estou fazendo.




Mini-Questionários

Bem, já falei de alguns dos temas dos questionários, como o determinismo e o egoísmo. Anteriormente, fiz as mesmas perguntas a alunos da minha escola, para um trabalho de estatística (matemática). Obviamente que os resultados não foram iguais. Contudo, a única coisa que me espantou foi o facto de 46% das pessoas que respondeu ao questionário sobre o Egoísmo ter respondido que sim, que somos todos egoístas. Poucas são as pessoas que pensam assim.

Em relação ao que os inquiridos gostam mais: pensei que fosse poesia e não teatro. Poucas são as pessoas que gostam de teatro. Eu pelo menos conheço poucas e, por outro lado, conheço muitas que gostam de poesia e que escrevem os seus próprios poemas. Eu próprio, por vezes, escrevo poemas. Contudo, fico feliz por saber que as pessoas preferem a filosofia à poesia, e o facto de gostarem ainda mais de teatro continua a surpreender-me.

O facto de a filosofia para vocês ser um mundo deixa-me muito contente. Todavia, não podia esperar outra coisa. Quem visita um blog de filosofia muito provavelmente gosta de filosofia. Poucos foram aqueles que  responderam outra coisa.

Em relação aos filósofos eleitos. Já esperava que a coisa ficasse renhida entre o Descartes e o Kant. Contudo, o Descartes ganhou, apesar de ter sido por muito pouco. Na minha opinião, ambos os filósofos são bastante bons e ambos tiveram ideias fascinantes. No caso do Maquiavel e do Rousseau, esperava que ninguém os conhecesse. Em relação ao Maquiavel acertei. Contudo fiquei surpreendido com o facto de também terem eleito o Rousseau.

Os questionários vão continuar a aparecer, e as perguntas vão continuar a ser feitas.

Desejo-vos uma boa semana a todos!

sexta-feira, outubro 01, 2010

Princípios de Mahatma Ghandi

Adoro esta filosofia de Gandhi e adoro a pessoa que ele foi, em vida. Sempre o admirei muito e as suas palavras dizem-me mesmo bastante.

Isto é a sua pequena filosofia:

«Mantenha os seus pensamentos positivos porque os seus pensamentos tornam-se nas suas palavras. Mantenha as suas palavras positivas porque as suas palavras tornam-se nas suas atitudes. Mantenha as suas atitudes positivas porque as suas atitudes tornam-se nos seus hábitos. Mantenha os seus hábitos positivos porque os seus hábitos tornam-se nos seus valores. Mantenha os seus valores positivos porque os seus valores... tornam-se no seu destino.»

domingo, setembro 26, 2010

Ewige Wiederkunft (Eterno Retorno)

Friedrich Nietzsche acreditava e defendia que a vida se repetia infinitamente. Defendeu que a vida que vivemos e que a que vivemos anteriormente, se repete num ciclo infinito. Que cada dor, cada prazer, cada pensamento, cada suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande na vida, se há-de repetir num outra vida futura, e tudo na mesma ordem e sequência.

Apesar de isto se relacionar com o determinismo radical, relaciona-se, principalmente, com a vida para além da morte. Como outros se perguntaram, eu pergunto-me: 'Se realmente a teoria do eterno retorno for real, que implicações é que isso tem na nossa vida? Nunca saberemos se a teoria é real ou não porque, mesmo que reencarnemos num outro corpo e numa outra época, de nada nos lembraremos. E então? De que nos vale pensar numa coisa que nunca se vai poder provar?'

A morte é muito importante para a existência de uma vida boa. Contudo, tudo o que está para além dela, não faz parte desta vida. Não nos compete a nós questionarmos e procurarmos saber o que se encontra para além da morte, ou seja, desta vida. Tudo isso simplesmente não faz parte desta vida.

E se nada existir para além desta vida? Se for simplesmente isto? Se assim o for, muitas pessoas perceberão, obviamente, como estão a desperdiçar esta efémera vida. Porque não podemos tomar nada como garantido. Não podemos apenas acreditar que existe um Inferno e um Céu para um dos quais nós iremos, apenas porque assim o desejamos. Mas isso não implica que deixemos de nos preocupar com as nossas acções. Não implica que devemos deixar de nos preocupar em fazer o Bem porque este deve ser praticado independentemente de existir vida, ou não, para além da morte.

A grande questão é: Porque nos preocupamos com estas coisas? Nem sabemos comprovar que temos alma ou o que ela é. A vida é demasiado curta para nos preocuparmos com estas coisas. Temos simplesmente de a aproveitar ao máximo e de dar valor a tudo o que temos. Se já vivemos esta vida, ou se a viveremos novamente, não interessa, pois nunca o chegaremos a saber realmente. Contudo, temos que agir como se isso acontecesse.

quinta-feira, setembro 23, 2010

O lado bom da Morte

A morte é algo tão maravilhoso, não acham? Que pergunta tão estranha... Mas o que seria a vida sem a morte?

Para existir vida tem que existir morte. A morte dá um significado muito mais valorativo e importante à vida (a morte física, obviamente). Sem morte, a vida não teria sentido e seria completamente vazia.

É como o Yin e o Yang. A vida é composta por este tipo de coisas: Bem e Mal, simpatia e antipatia, felicidade e infelicidade, egoísmo e altruísmo, vida e morte. Se assim não fosse, não seria a mesma coisa. Os opostos completam-se, logo, a morte completa a vida.

Tememos tanto a morte, mas temos muitas mais razões para temer a vida. As pessoas não entendem que a morte não é mais do que o desaparecimento da face da Terra. E o que é que sabemos disso? Nada! Apenas podemos ter receio do que não conhecemos. Contudo, se conhecemos a vida e os perigos que temos que enfrentar para a viver bem, porque não nos preocupamos com ela? Tenho o dobro de receio da vida, do que da morte. Esta última para mim nada significa senão aquilo que disse anteriormente.

Se o conceito de morte nos acompanhar constantemente, viveremos definitiva e irrevogavelmente melhor. Se tivermos a percepção de que a qualquer momento podemos simplesmente parar de respirar, então veremos a vida com outros olhos. Veremos a vida como aquelas pessoas que vêem uma coisa pela última vez e não podemos negar que, o que se sente, ao fazê-lo, é bom.

A morte é algo óptimo, acreditem. Sem ela, nunca viveríamos, apenas existiríamos. Sem ela, nasceríamos mortos. A vida é boa, alucinante, perigosa, excêntrica, gloriosa, verdadeira porque a morte existe. A morte completa a vida.

quarta-feira, setembro 22, 2010

O Valor das Coisas

'O nosso lixo é a sobrevivência de muitas pessoas'. É esta a mensagem principal que a mensagem sugere. E eu considero este tema de extrema importância.

A tecnologia, e todos os benefícios da ciência, estragaram-nos, a nós, seres humanos que podemos usufruir desses mesmos benefícios. Tornámo-nos mimados e futéis. Precisamos de tudo e mais alguma coisa, mesmo daquelas coisas que em nada melhoram a nossa vida. E, o pior, é que não conseguimos perceber o que estamos a fazer e como agimos. Simplesmente consumimos e consumimos para depois deitarmos tudo fora. Temos que ter um iPod, um telémovel, um computador, roupas fixes,... Para que servem essas coisas? Temos de nos contentar com o que temos de básico. Temos de nos contentar por termos uma casa, comida e livros para estudar. Porque para muito gente os livros são apenas um sinónimo de trabalho. Contudo, como se vive sem se trabalhar? Não se vive! E estudar é o melhor trabalho que alguém pode ter.

Temos de parar para pensar. Temos que dar valor ao que temos. Deitamos meia barra de cereais fora porque não nos apetece mais. Há alguém no mundo que mataria por meia barra de cereais. Deitámos uma folha que tem a parte de trás lisa e branca apenas porque a outra parte está escrita. Há alguém no mundo que, se tivesse uma caneta e essa mesma folha, guardá-las-ia como se fossem sagradas. Para nós uma caneta, uma folha, uma barra de cereais, uma televisão, uma casa, são coisas banais e vulgares. Mas não é por isso que lhes deve ser destituído o seu valor original. Um televisão é uma maravilha da tecnologia e da ciência, uma conquista fantástica. Uma caneta é uma coisa que deixaria os antigos gregos de boca aberta, assim como uma folha.

As coisas têm mais valor do que aquele que lhes damos. Temos que começar a tentar dar todo o valor que merecem. Não desperdiçar nada e pensar naqueles que não têm essas mesmas coisas que nós desperdiçamos e como se sentiriam se as tivessem. A alegria que sentiriam se as tivessem. Para nós sentirmos essa mesma alegria, temos que começar a dar-lhes o valor que essas pessoas lhe dão. Tudo o que é banal é triste. Nada é banal, apenas se assim o quisermos.

segunda-feira, setembro 20, 2010

Analogismo Militar

Um general militar criou uma muralha para se proteger de um ou vários ataques de inimigos conhecidos e identificados como perigosos. Contudo não construiu portões nem nada que se parecesse. Assim não havia possibilidade de ser invadido. Todavia, também não havia possibilidade de ser auxiliado.

Passados uns tempos de ser atacado, depara-se com aliados seus e amigos de velha data. Porém, estes não podiam entrar e auxiliá-lo na sua guerra visto que, para isso, a barreira teria que ser destruída. Isto não poderia acontecer porque os seus inimigos encontravam-se também junto deles. Se a barreira fosse destruída os aliados entrariam, assim como os inimigos.

O que fariam vocês numa situação como a do general?

Passo a explicar o porquê deste texto metafórico. Certo dia, tive uma conversa com uma amiga minha que, surpreendentemente, passou de um carácter sério para o carácter filosófico. Estavamos nós a discutir o porquê de certos problemas nossos até que, num determinado momento, ela me confessou: «Já não confio muito nas pessoas. Tornei-me desconfiada por ter más experiências com amigos. Por confiar em pessoas que achava serem realmente dignas da minha confiança. Contudo, essas pessoas traíram essa mesma confiança que lhes depositei. Traíram-me... não sei se agora deva confiar.» (obviamente que não foram estas as palavras usadas por ela, mas inovei um pouco). Com a possibilidade de vir a ter um grande amigo, o que vocês fariam? Ela criou uma barreira psicológica, um preconceito convicto de que as pessoas não merecem confiança por não a respeitarem. E isso relaciona-se com o pequeno conto visto que, apesar de ela não deixar entrar os seus inimigos (as pessoas que traem a sua confiança), também não permitia a entrada dos seus aliados/ amigos (as pessoas em que ela pode confiar). Eu expliquei-lhe isto e perguntei-lhe o que preferia. O que preferiam vós?

Nós criamos centenas de barreiras e protecções. Isto para nos protegermos do que achamos prejudicial, maligno e cruel. Contudo, algumas das vezes, essas barreiras não têm fundamento. Por vezes até temos mesmo inimigos que não conhecemos, que não respeitamos por simples preconceitos. O que vos peço é o seguinte: pensem bem nas coisas de que se protegem. Algumas são inofensivas, outras não. Contudo, existem aquelas que são benéficas e que nos ajudam a viver melhor.

Quando destruímos a muralha que antes construímos, estamos a destruir uma convicção que antes não tínhamos. Um mundo com convicções é um mundo sem filosofia. Destruam as vossas muralhas. Defendam-se como puderem do inimigo e vivam alegremente com o amigo.

sábado, setembro 18, 2010

Masoquismo indiscreto...


Um dia destes pus-me a pensar no tabaco. Por que é que tanta gente fuma? E por que fumam? E por que continuam a fazê-lo sabendo quais as consequências de o fazer? Cheguei a duas conclusões: ou essas mesmas pessoas são ignorantes e não sabem quais os malefícios do tabaco (muito pouco provável) ou então são masoquistas.

Uma pessoa pode não conhecer quais as graves consequências que o tabaco traz consigo. Se não conhecer essas mesmas consequências  se lhe der prazer fumar, não vê qual o motivo para parar. Felizmente, actualmente esse número de pessoas é infinitamente reduzido. Infelizmente e surpreendentemente, as pessoas que conhecem os perigos de fumar não o deixam de o fazer. Conclusão: são masoquistas.

Um masoquista, para quem não sabe, é alguém que tem prazer com actos que violentam o seu próprio corpo ou, por vezes, espírito, como por exemplo cortar-se ou mutilar-se propositadamente. O tabaco violenta irrevogavelmente o nosso corpo. É verdade que é diferente mas, a única diferença, é a maneira como o violenta. Um corte provoca-nos uma dor aguda e momentânea. Passado uns minutos já não sentimos nada, se for um corte pouco profundo, obviamente. O tabaco mata-nos lentamente, causa-nos dor de diferentes maneiras. Apesar de não sentirmos nenhuma dor momentânea ao fumar um cigarro, sentimo-la mais tarde, depois de fumar muitos cigarros. Se o fazemos propositadamente, somos masoquistas.

Fumadores e não fumadores, pensem comigo. O que diriam de uma pessoa que corta os pulsos? E o que diriam se essa mesma pessoa não ficasse por aí? E se essa pessoa fosse mais longe? E se essa mesma pessoa, após ter cortado os pulsos, corta-se os dedos? E depois a mão, e o braço, e o outro, e uma perna, e outra perna? E, se com todo esse banho de sangue continuasse viva, passasse para o o peito? Dilacerava o seu corpo desmembrado e, no final, com tamanho prazer, arrancaria o seu coração. Bem, acho que posso falar por todos: só pode ser doentiamente louco? Então, o que diriam de alguém que faz o mesmo mas de uma forma diferente e mais demorada? O que diriam de alguém que o faria para obter prazer, apesar de amar a vida? Bem, seria o louco confuso? Se ama a vida, porque faria tal coisa? Só para obter um prazer? Prefiro sofrimento ou dor momentânea do que prazer mortífero. Porque é isso que o tabaco implica: um prazer mortal.

Espero que tenham entendido a minha pequena "história". Se fumam, deixem de o fazer. A não ser que na verdade sejam aquela pessoa que se mata por prazer. Se não forem desse género de pessoa, parem agora. Muitos de vós ainda vão a tempo. Outros, já tiveram uma oportunidade...

Só têm uma oportunidade: ou agora, ou nunca.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Nazismo

Estou agora a ver um filme na RTP 1 que se chama América Proibida. Está relacionado com os skinheads na América do Norte. Diziam eles que combitiam a invasão ilegal de outras raças como a negra, a asiática, a mexicana, etc. Achavam que essas mesmas pessoas estavam a roubar os benefícios que deviam estar ao dispor dos americanos. Contudo, o mais impressionante, é o facto de essas mesmas pessoas (se é que lhes posso chamar de pessoas) venerão Adolf Hitler e o seu desumano nazismo.

Nunca nada me impressionou tanto, acerca da história da humanidade, como o nazismo. Foi a mais demoníaca e sobernatural existência no mundo. Antes de mais nada, ninguém é capaz de entender como é que pessoas como Hitler viveram tempo suficiente para cometer tão horrorosos e terríficos actos. Charmar-lhe de Anticristo é um eufemismo. Nem sei como o posso caracterizar. Não sei se diga que era ignorante, preconceituoso, racista, demoníaco, puramente mau, ... Provavelmente era tudo isso e muito mais. Todavia, piores foram aqueles que se deixaram encantar pelos seus apelativos discursos. Que se deixaram manipular, controlar. Que fizeram tudo o que lhes mandavam sem nunca questionar a palavra do seu Fuher. Sádicas aberrações da Natureza.

Ainda assim, todo este grande holocausto e genocídio servi-nos como lição. Um lição que não pode ser esquecida. Não nos podemos esquecer que todos somos irmãos, que todos somos humanos, que todos somos um. Todos nós fazemos parte da Natureza. Ninguém é melhor que ninguém. «Todos diferentes, todos iguais». Porque é que as pessoas utilizam esta expressão sem reconhecer o seu verdadeiro significado? Nós somos todos iguais. Não é a raça ou a cor que nos distingue. Nada dessas coisas importam. O sangue que corre nas nossas veias, nas veias do Homem, é todo ele vermelho. E a isso já não prestam atenção!

Só de olhar para um símbolo que representa todo aquele grande horror que manchou a nossa Mãe Natureza com sangue de inocentes e pecadores, só de olhar para um desses símbolos, dá-me vontade de gritar. Gritar para expulsar esses demónios das cabeças de quem quer repetir o mesmo erro. De quem acha que, o que aconteceu, foi o melhor para a humanidade e que se deveria repetir! De todas as aberrações sanguínarias que não conseguem distinguir o Bem do Mal! Porque infelizmente ainda existem pessoas assim. Aberrações da natureza. Bestas sádicas...

Não pensem que estes assuntos não são importantes. Não pensem que as aulas de História servem apenas para jogar ao jogo do galo. A História existe para nos mostrar erros que não podem voltar a ser repetidos. Existe para mostrar ao mundo como ainda existem almas boas e puras que tentam e conseguem dizimar esses mesmo erros. Por favor, prestem mais atenção a estes assuntos pois eles merecem essa atenção e, em qualquer caso que seja, não brinquem com eles. Não brinquem com coisas que custaram a vida a milhões de pessoas.

Filmes relacionados com o nazismo:
- A Vida é Bela
- Valquíria
- O rapaz do pijama às riscas
- A Lista de Schindler
- Sacanas sem Lei

terça-feira, setembro 07, 2010

Um Verão cheio de experiências...



Peço desculpa aos meus assíduos seguidores pela minha longa ausência. Não tive outra opção senão a de me ausentar.

O Verão está a acabar e a escola a recomeçar. Tudo tem um fim (ou será que é nada?). Temos que viver com isso e ver o lado positivo das coisas. É óbvio que o Verão é utópico para nós, adolescentes, e o meu estava a ser mesmo bom. Contudo, quem não tem nem que seja só um bocadinho de saudades da escola? De rever os antigos colegas, de conhecer novos, de entrar numa nova escola, etc. Quem não tem saudades dessas coisas?

Todavia, esta mensagem tem como tema o Verão e não a escola. Obviamente que não vou falar sobre o Verão, no geral. Vou falar, particularmente, no meu Verão.

Bem, foi um Verão como os outros: praia, amigos, saídas à noite, viajar, etc. Contudo, para além disso, tive também algumas experiências. Umas boas outras más. Não as vou referir vou apenas divagar um pouco sobre o que é experimentar.

Ainda mesmo ontem, surgiu-me uma frase acerca deste mesmo tema: «Não são as experiências que são más mas sim o hábito de as experimentar». O que queria eu dizer com isto: apenas que experimentar coisas novas não é uma coisa má, por mais que essas mesmas coisas experimentadas possam ser aparentemente impuras ou indignas (drogas, tabaco, álcool). Não estou a contradizer o que disse anteriormente. Sim, as drogas, o tabaco e o álcool são coisas más se as experimentarmos regularmente. É óbvio que é um pouco mais complicado que isso mas experimentar essas mesmas coisas (não estou a dizer que experimentei) não é algo mau, é algo natural. É natural nós querermos conhecer e experimentar coisas novas. Não é normal nós as experimentarmos habitualmente sabendo quais os riscos de o fazer.

Com tudo isto apenas queria passar uma mensagem: não construam muros contra inimigos que desconhecem. Primeiro, têm que os conhecer. Depois, podem construir o que quiserem para se protegerem dele.

sexta-feira, julho 30, 2010

"Viver a vida"

Adoro quando as pessoas dizem: "Estou a viver a vida!"; ou: "Tens que viver a vida!". Então pergunto-me: "Qual o significado de 'viver a vida'? Bem, eu sei as respostas das pessoas que afirmam o que anteriormente referi: "Viver a vida é aproveitar o momento. É aproveitar a vida e fazer o que gostamos e o que nos dá prazer.". E o que nos dá prazer? Bebidas, drogas, tabaco, sexo... Não preciso de afirmar que essas coisas que referi, excepto o sexo, a não ser que este seja descontrolado, são prejudiciais à vida do Homem. Com ou sem excesso, temos que admitir que são porque corrompem-nos e distorcem a nossa personalidade não sabemos bem como. Para mim, coisas como essas são obviamente más, por mais prazer que nos possam trazer. Isto porque esse prazer que elas nos fornecem é físico e superficial.

Para mim, viver a vida é mais do que isso. Viver a vida é algo profundo, como o é a própria vida. Viver a a vida BEM é amar a própria vida, e não desperdiçá-la. Quem ama a vida vive-a bem. A vida não se reduz ao tabaco, ao álcool, ao sexo e a todas essas coisas carnais. Viver a vida é aproveitar os momentos presentes, concordo. Mas não alimentando o nosso corpo, satisfazendo as necessidades perversas e supérfluas que este exige. É alimentar a alma, que pede para ser alimentada e não esquecida...

O Anticristo

 
Já acabei de ler o livro que estava a ler (O Anticristo). Tenho que admitir que não percebi grande parte do livro mas gostei do que consegui entender.

É um livro que eu recomendo aos que se consideram cristãos, apenas para que se familiarizem com uma perspectiva diferente daquela a que estão acostumados.

Deixo aqui o capítulo que, na minha opinião, melhor define o livro (Capítulo 15):

"No cristianismo, nem a moral, nem a religião, estão em contacto com a realidade. Nada mais do que causas imaginárias («Deus», «a alma», «eu», «espírito», «livre-arbítrio» - ou mesmo o arbítrio que não é «não livre»); nada mais do que efeitos imaginários («o pecado», «a salvação», «a graça», «a expiação», «o perdão dos pecados»). Uma relação imaginária entre os seres («Deus», «os espíritos», «a alma»); uma imaginária ciência natural (antropocêntrica; uma absoluta carência do conceito de causas naturais); uma psicologia imaginária (nada mais do que mal-entendidos, interpretações de sentimentos gerais agradáveis ou desagradáveis, tais como os estados do grande simpático, com a ajuda da linguagem figurada das idiossincrasias religiosas e morais) - («o arrependimento», «a voz da consciência», «a tentação do Demónio», «a presença de Deus»); uma teleologia imaginária («o reino de Deus», «o Juízo Final», «a vida eterna»). - Este mundo de puras ficções distingue-se, para sua desvantagem, do mundo dos sonhos, pois que este reflecte a realidade, enquanto o outro mais não faz do que falseá-la, depreciá-la e negá-la. Desde que o conceito de «natureza» foi inventado como oposição ao conceito de «Deus», «natural» tornou-se o equivalente de «desprezível» - todo este mundo de ficções tem a sua raiz no ódio contra o natural ( - a realidade! - ), o ódio é a expressão do profundo incómodo causado pela realidade. Mas isto explica tudo. Quem é que tem razões para sair da realidade através de uma mentira? Só aquele a quem a realidade faz sofrer. Mas sofrer, nesse caso, significa ser ele próprio uma realidade falhada... A preponderância do sentimento de pena sobre o sentimento de prazer é a causa desta religião, desta moral fictícia: um tal excesso fornece a fórmula para a decadência..."

quarta-feira, julho 14, 2010

Ágora

Vi este filme no cinema e, agora que o tenho em DvD, já o vi outra vez. Está simplesmente fascinante e quem o achou uma seca ou não percebeu a história e a moral que encerrava ou é insensível.

«Século IV d.C. No Egipto, sob o poder do Império Romano, violentos confrontos sociais e religiosos invadem as ruas de Alexandria… Presa entre paredes, sem poder sair da lendária livraria da cidade, a brilhante astrónoma, Hypatia, com a ajuda dos seus discípulos, faz tudo para salvar os documentos da sabedoria do Antigo Mundo… Entre os discípulos, encontram-se dois homens que disputam o seu coração: o inteligente e privilegiado Orestes e o jovem Davus, escravo de Hypatia, dividido entre o amor secreto que nutre por ela e a liberdade que poderá ter ao juntar-se à imparável vaga de Cristãos.»

sábado, julho 03, 2010

Deus e a religião

(Só os interessados é que vão ter paciência para ler isto tudo)
Alguns de vós já sabem ou já perceberam que não sou católico. Não acredito na existência de Deus. Considero-me agnóstico apesar de ser ateu. Digo que o facto de Deus existir ou não não me interessa mas, na verdade, interessa-me, bastante.
Já lá vai um tempo desde que me comecei a interrogar sobre a religião e sobre Deus (Deus existe? Para que serve a religião? Como é que a existência de Deus contribui para a nossa felicidade?). A curiosidade era muita e a informação que tinha, pouca. Então, com uma inabalável determinação de provar que a existência de Deus em nada contribui para a minha felicidade ou para a de qualquer outro ser humano, comecei a fazer pesquisas no meu livro de filosofia, onde era abordado este tema, tal como eu queria. Encontrei várias teorias que tentavam responder à pergunta: O que é a religião? Esta pergunta, por sua vez, relaciona-se com a pergunta que tanto desejava e ainda desejo responder: Deus existe?

A primeira teoria que encontrei era de Sigmung Freud. Foi a teoria que mais me convenceu: Uma das experiências fundamentais do ser humano é a sensação de segurança e necessidade de protecção e amparo. Para Freud, a religião surge como mecanismo de defesa perante as ameaças da natureza e a dureza das relações socias. Deus será assim concebido como o Protector supremo, o ser todo-poderoso que alivia a angústia e o medo do homem perante a realidade, que consola e ampara. Tal como o pai está para o filho, assim Deus está para o Homem. A religião corresponde, assim, a um estádio infantil da humanidade, à constante necessidade de ter um pai na relação com o qual se vive um sentimento ambivalente: amor e medo. A religião é um remédio ilusório para as dores e a frustação do ser humano.

Não podia concordar mais! Contudo, também concordo com a teoria de Karl Marx, que defende que a religião é o ópio do povo: O mundo religioso, o "Reino de Deus", não tem consistência própria, não é verdadeiramente real. É a "flor imaginária" que decora os grilhões que oprimem os explorados. A religião, segundo Marx, ensina os explorados que o mundo real e miserável em que vivem não tem valor e que o importante é o "outro mundo", o "reino de Deus", lugar onde os sofredores e humilhados encontrarão justiça e felicidade. Assim, Marx afirma que a religião é antirevolucionária porque convida o homem a esperar a chegada de um mundo justo. Como esse mundo está para além deste, cria-se na mente da criatura oprimida a convicção de que o sofrimento é, apesar de tudo, um passaporte para a eternidade e de que, no fundo, os homens são incapazes de justiça e humanidade. A religião justifica, apesar de parecer o contrário a opressão dos explorados pelos exploradores. Ela é um "sintoma" da desumanidade do mundo dos homens e não o remédio para esse mal.

Para além destas teorias, que considero suficientes para justificar, no mínimo, o facto de EU não acreditar em Deus, o facto de ser ateu, ainda existe uma outra, apresentada por Nietzsche: O homem, incapaz de enfrentar a realidade única (o mundo em que vivemos), inventa um mundo que satisfaça os seus desejos de segurança, certeza e estabilidade, para nele se refugiar. Facilmente se odeia "este mundo". Facilmente se esquece o que tem de bom e agradável. Então, imagina-se "outro mundo" e chama-se-lhe "mundo do ser", "verdadeira realidade", o "Reino de Deus". Nietzsche considera esta atitude uma cobardia perante a realidade. Os fracos não toleram a instabilidade, a dor e a imprevisibilidade, que são características do mundo terreno. É de tal modo profundo o seu desejo de que exista esse mundo justo que transformam um mundo inventado num mundo verdadeiramente real e superior. Segundo Nietzsche, o "Reino de Deus" é uma miserável invenção de vontades fracas e impotentes, de realidades falhadas incapazes de aceitar que a vida é uma combinação de dor e alegria, de estabilidade e de instabilidade. A religião não é uma simples deformação da realidade. O "Reino de Deus" é uma ficção destinada a desprezar, caluniar e destituir o mundo terreno de qualquer valor.

Bem, depois de tanto argumento, já devem estar um pouco cansados, não? Mas não será que todos esses senhores tinham razão quanto ao que diziam? Pois então, vocês, católicos, justifiquem lá o porquê da existência de Deus? Penso que argumentar melhor do que esses filósofos é difícil. Porque é que Deus existe, se é que existe? E (ainda mais interessante), quem são mais felizes: os ateus ou os católicos?

(O que é válido para  religião católica é válido para as outras religiões)

sexta-feira, julho 02, 2010

Desejos

Vi algo de muito interessante na televisão. Estava a comer na sala e a televisão da cozinha estava acesa (nada económico eu sei mas não fui eu que a acendi e por isso nem me lembrei de a apagar). Cheguei à cozinha para ir buscar a pizza que estava no forno e olhei para a televisão. Ouvi apenas alguém dizer: "(...) Nunca tiveram electricidade (e outras coisas que agora não me lembro)"; "(...)Contentam-se com uma bola de futebol (...)". Depois, a entrevistadora perguntou a um dos meninos (o menino era negro por isso, provavelmente, era africano e a reportagem, provavelmente, passavasse em África): "O que é que vos falta?", ao que o menino respondeu: "Nada... nada. Não nos falta nada".

Que inveja que eu tenho desses meninos! Pensamos que eles, apesar de serem pobres, precisam de ajuda. Bem, quem precisa de ajuda somos nós! Tanta coisa nós desejamos e, contudo, tanta coisa que temos a mais que esses meninos, que eram felizes apenas com uma bola de futebol. Queremos ser inteligentes, ser amados, ser felizes, ter sorte na vida, ... Esses meninos, que nada desejavam, eram mais felizes que nós, que tudo desejamos.

Apenas queria dar um conselho a todos os que se interessam pelo que escrevo: limitem os vossos desejos. Limitem-nos e serão felizes. Já John Stuart Mill dizia: "Aprendi a procurar a felicidade limitando os meus desejos e não satisfazendo-os". Concordo plenamente com ele. Apesar de a frase não me sair da cabeça, tenho que admitir que é difícil. É difícil abandonar o que sempre desejámos porque sempre o desejámos.

Albert Einstein dizia: "Uma mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original". Concordo, novamente. Nós, que pensamos que tanta coisa nos pode fazer felizes, como ter muito dinheiro ou ter um carro topo de gama ou ser sobredotado, desejamos muito, desejamos muito e temos pouco. Esses meninos, pelo contrário, que provavelmente nem sabem o que é um carro, pouco desejam e tudo têm. Têm algo que não temos: contentamento...

domingo, junho 27, 2010

Liberdade

Como é bom sentirmo-nos livres! E então agora! Para mim, é isso que o Verão representa: liberdade. Liberdade para me dedicar ao que gosto, ao que me interessa. Liberdade para passar tempo com os meus amigos; liberdade para ir ao cinema; liberdade para ir passear sem motivo aparente (apesar de não o fazer).

Contudo, Jean Paul Sartre dizia: "Ser-se livre não é fazer-se aquilo que se quer, mas querer-se aquilo que se pode". Bem, se eu posso passar o meu tempo a ajudar os outros, o que, para além do mais, é algo que gosto de fazer, porque não hei-de fazê-lo? Não quero desperdiçar o meu Verão e as minhas férias. Não quero ficar enfiado em casa em frente a um ecrã, deitado no sofá, preso a uma desvirtuosa monotonia. Quero sair à rua, inspirar o ar puro, bem fundo, e pensar: "Boa. Hoje só tenho que obedecer às minhas próprias leis".

Não quero ser livre para poder dedicar a minha vida a uma felicidade ilusória, apesar de, por vezes, ser muito tentadora. Nem é assim que vejo a liberdade. Liberdade não é não fazer nada. Liberdade não é fazer o que nos apetece, aquilo que gostamos. Liberdade é gostar daquilo que fazemos. (“A sabedoria da vida não consiste em fazer aquilo que se gosta, mas em gostar do que se faz.” Leonardo Da Vinci).

Agora somos livres, durante este curto período de férias. Mas não se preocupem. Também o poderão ser durante o tempo de aulas ou até mesmo a trabalhar. Apenas têm que abraçar o que fazem com toda a força que têm e, a partir daí, verão tudo com outros olhos.

Boas férias!

segunda-feira, junho 21, 2010

Realidade e Ilusão

Afinal de contas, o que tem a realidade de bom? Aparentemente, nada! Estamos mergulhados num mar de ignorância, ódio, inveja e muito mais. Estamos mergulhados num mar de pecados, num mar de dementes, num mar de loucos. Dementes e loucos que vivem na pura ilusão. Na ilusão de que nada está errado, nada de mau vai acontecer.

Porque é que, então, não podemos viver todos na ilusão? Disse, anteriormente, que os ignorantes, não podem lutar para tornar o mundo um local melhor para se viver. E se a batalha já estiver perdida? E se todas as forças do Homem já nada puderem fazer para combater a vingança da natureza que se avizinha? E se morrermos amanhã, ou até mesmo hoje? Que felicidade nos deu, então, a realidade?

Esta mísera realidade nada nos dá senão tristezas. Porque não vivemos, então, na pura ilusão onde tudo dependa da nossa imaginação? Albert Einstein dizia que a imaginação é melhor que o conhecimento. Concordo plenamente. O que é que o conhecimento nos deu, até agora? Muitos benefícios, é verdade. Prolongou a nossa esperança média de vida, melhorou mesmo as nossas condições de vida, etc etc. O que ignoramos no meio de isto tudo? Os prejuízos que nos trouxe. Até à uns anos, nada do que fazíamos parecia ter alguma coisa de errado. Actualmente, sabemos que o que fizémos é o que conduzirá ao fim da nossa espécie. Então, para quê o conhecimento agora? Passemos todos a ser loucos, dementes, e provavelmente seremos mais felizes. Talvez tenhamos que abdicar da realidade para sermos felizes.

O que me deixa encalhado é uma das frases de Séneca: "Antes queria ser derrotado no bem do que vencer no mal". Será que a frase pode ser aplicada a este tema? As ilusões, realmente, são más...

sexta-feira, junho 18, 2010

As palavras...

Não é maravilhoso o facto de conseguirmos comunicar através de palavras? Os outros animais comunicam apenas através de simples sons e gestos. É simplesmente maravilhoso...

Contudo, até onde as palavras nos podem levar? Há coisas que não conseguem ser exprimidas numa palavra ou num conjunto de palavras. "Amo-te" é uma palavra muito pouco profunda comparada com o sentimento do Amor que, provavelmente, é o mais profundo que existe.

E as falhas de comunicação? Tomemos como exemplo: duas pessoas olham para o céu e ambas dizem que este é azul. No entanto, uma vê o céu laranja e o outro vê-o verde. Porém, ambas afirmam que este é azul, visto que foi isso que lhes ensinaram. Como poderemos saber alguma vez o que a outra pessoa vê, cheira, ouve ou sente? E quando dizemos: "Eu compreendo o que sentes..."? Como poderemos alguma vez compreender o que as outras pessoas sentem se não estamos na pele dessas mesmas pessoas? Não compreendemos!

As palavras, por mais magnífícas que possam ser ou parecer, podem sempre ser usadas com más intenções: para enganar, manipular, ... Por exemplo: temos dois rapazes e duas raparigas. Um dos rapazes diz a uma das raparigas: "Amo-te", na esperança de vir a ter um namoro feliz e duradouro com ela. O outro, no entanto, diz à outra rapariga o mesmo mas na esperança de poder vir a ter uma noite escaldante e nada mais. Ambos disseram o mesmo mas ambos tinham diferentes motivos para o dizer e o que cada um dos rapazes sentia era diferente. E aqui encontramos outro problema: a veracidade do que se diz. Como podemos nós alguma vez vir a descobrir se o que outra pessoa diz que sente, ouve, cheira ou vê é real?

Às vezes as palavras não dizem tudo...

"É verdade que se mente com a boca, mas a careta que se faz ao mesmo tempo diz, apesar de tudo, a verdade."  Friedrich Nietzsche

“O dom da fala foi concedido aos homens não para que eles se enganassem uns aos outros, mas sim para que expressassem os seus pensamentos uns com os outros.” Santo Agostinho

sábado, junho 12, 2010

Os Prazeres e Consequências


Olho à minha volta e que vejo eu? Bestas ignorantes a satisfazerem os seus desejos e impulsos. Bestas aparentemente felizes. Bestas que não se preocupam com as consequências futuras, apenas com as consequências imediatas. Bestas dedicadas à satisfação dos prazeres inferiores, não tendo noção de que estes, apesar de agradáveis no momento, são bastantes nocivos e podem trazer graves problemas futuros.

Agora pergunto: será que essas bestas são realmente felizes? Será que devemos, pois, dedicar-nos à satisfação desses míseros prazeres inferiores em vez de tentarmos alcançar a satisfação dos superiores? E as consequências? Quais são as que têm mais valor: as consequências do imediato ou as consequências a longo prazo? Se calhar as pessoas que dão mais valor às consequências do imediato são mais felizes, ou talvez não. Como poderemos algumas vez vir a descobrir se nenhum de nós possui uma balança que nos permita pesar a felicidade sentida por cada um?

Só vejo míseras bestas sádicas e rudes a satisfazerem os seus impulsos e desejos. Será que é bom? Será que a felicidade consiste na satisfação desses impulsos e desejos? Como poderei vir eu a sabê-lo?

E se não houver futuro? Se a situação apocalítptica do mundo actual não nos permitir viver o tempo que desejamos? Se não conseguirmos ver os nossos filhos a ir para a universidade, ou até mesmo a ir trabalhar e a ter uma vida de sucesso? Se não existir futuro, que valor têm as consequências a longo prazo? Que valor têm os prazeres superiores? Que valor tem a sabedoria e consciência? Pessoas conscientes apenas têm mais problemas (falo por mim!). Será que essa ignorância impura, tão vista nos dias de hoje, não nos trás mais felicidade do que a consciência de todos ou de grande parte dos problemas existentes no mundo?

A única coisa que sei é que essas bestas ignorantes nunca poderão lutar para tornar o mundo um local melhor para viver. Nunca poderão lutar para acabar com essa ignorância que as assombra. Nunca poderão lutar pela verdadeira essência e pureza que constitui o ser humano. Pelo contrário, as pessoas conscientes poderão.

segunda-feira, junho 07, 2010

Ignorância...

Santa ignorância! Como pode o ser humano ser tão ignorante? Se tivesse de descrever os seres humanos apenas numa única palavra diria que são ignorantes, no geral.

Já repararam ao que as pessoas dão importância? Só de olhar para aquelas mulheres e raparigas histéricas que aparecem na televisão a gritar pelo Ronaldo... Só isso basta para percebermos como o ser humano está a entrar numa fase de decadência.

E os interesses do jovens? Já repararam o que lhes interessa? Como é possível os jovens terem-se tornado tão ignorantes ao ponto de terem interesses tão... estúpidos! E a idade com que começam a ter relações sexuais? Não lembra a ninguém! Parece um filme autêntico! Com estas atitudes, o sexo, entre os jovens, tornou-se uma coisa banal! Já se perdeu toda aquela aura de intimidade, aquele calor apaixonante entre os parceiros. Nada disso existe agora, e vai deixar de existir devido aos valores dos jovens. O quão imaturos são! O quão... IGNORANTES são!

Deixa muito a desejar. Por vezes apetece-me mesmo chapar a cabeça de certas pessoas contra a parede para ver se começam a entender que o que fazem é errado. O quão estúpidas são! E avisá-las é escusado! É como dizer: não vás contra aquela parede. E o que é que a pessoa faz? Vai chapar-se completamente contra a parede. Por vezes mais que uma vez!

O quão estúpidas estas pessoas são! Às vezes apetece-me esconder-me e pensar que tudo isto é um pesadelo, pois até poderia ser um. Contudo e infelizmente, é um pesadelo bem real...

(Desculpem a informalidade...)

sábado, junho 05, 2010

Divina Comédia de Dante

Canto Primeiro

No meio do caminho da nossa vida
encontrei-me numa selva escura(1),
porque me tinha extraviado da via do bem(2).

Ah quanto é árduo e doloroso dizer qual era
esta selvagem, áspera e infranquiável
da qual só a lembrança me renova o terror!

Selva quase tão amarga como a morte!
mas para patentear o bem que eu aí encontrei,
falarei de outras coisas que então vi.

Eu não posso bem dizer como entrei,
tanto eu estava cheio de pecado, no momento
em que eu abandonava a via do bem.

Mas, quando cheguei ao pé duma montanha(3),
onde e fecahava o obscuro vale
que de terror me tinha trespassado o coração,

olhei para o alto, e vi os flancos da montanha
vestidos já dos raios do Sol(4),
que guia direito os viadantes.

Então o medo acalmou um pouco -
o tempo de desânimo, passado em grande angústia,
que tanto tinha durado no profundo coração.

Qual um náufrago que, com fôlego ansiado,
tendo escapado do mar profundo, enfim, sobre a
margem, se volve para a água perigosa e olha fixo,

assim o meu espírito, que sentia ainda a ansiedade
de salvar-se, volta-se para rever a passagem da
selva, que nunca ninguém transpôs com vida.

Notas:
1 - selva escura: a vida humana, o mundo - a selva dos erros e das paixões.
2 - via do bem: sobre a qual a Humanidade devia caminhar.
3 - montanha: a vida virtuosa.
4 - Sol: Deus

quarta-feira, junho 02, 2010

Poesia

A poesia para mim era algo chato, algo muito subjectivo e muito complicado e complexo. Continuo a pensar assim, em parte, mas adoptei uma nova perspectiva.

É verdade que a poesia é algo chato. É algo chato quando se trata dos sentimentos das outras pessoas. Os poemas criados por nós, esses sim, são interessantes. Não necessitamos de escrever muito bem ou ser grandes génios como Camões. Apenas necessitamos de um papel e de uma caneta. Pois a poesia é a expressão dos sentimentos, o que nós sentimos, o que nos vai no coração, na alma. Há pessoas que têm mais jeito para expressar esses sentimentos. Contudo, isso não impossibilita que as outras pessoas escrevam poemas. Eu gosto de escrever poemas, para mim. Não me importo se estão belos ou se fazem sentido para os outros, desde que faça para mim. Fazer poemas faz-me sentir aliviado e é como se tivesse a falar comigo próprio.

Não necessitamos de saber que tipos de rimas existem ou a métrica do versos. Precisamos apenas de saber português, de ter uma caneta e um papel. O resto é produto da nossa alma.

Quando se sentem sozinhos, escrevam poemas. Quando se sentem em baixo, escrevam poemas. Quando se sentem felizes, escrevam poemas. Quando se sentem vivos, escrevam poemas. Ganhem gosto pela poesia porque pode ser realmente maravilhosa, apenas temos de aprender a olhar para ela com outros olhos.

segunda-feira, maio 31, 2010

O que é a felicidade?

Peço desculpa às pessoas que acompanham o meu blog por não "postar" algo à dias. Porém, tenho tido muito que fazer... Mas passemos ao que interessa!

O que é a felicidade?

Muitos de nós pensam que sabem o verdadeiro significado de felicidade. Alguns até conseguiriam responder à  pergunta inicial. Todavia, será que essa resposta seria correcta? Será que nós sabemos mesmo o que significa felicidade ou não passa de outro mistério, como o Amor?

Tenho aqui algumas respostas retiradas do livro O Dia Em Que Sócrates Vestiu Jeans. Está explêndido e aconselho-vos vivamento a lê-lo.

1ª Resposta:
Não há coisa que mais desejamos excepto a felicidade. Porque é que valorizamos a amizade? Porque nos faz felizes. Porque é que valorizamos o êxito financeiro? Porque nos faz felizes. A felicidade é a única coisa valorizada por si mesma. A felicidade bate tudo! E o facto é que sendo a felicidade o objectivo de toda a gente, paradoxalmente só conseguimos alcançá-la apontando a tudo menos à felicidade... procurando as coisas capazes de proporcioná-la. A procura da felicidade em si mesma é a mais infeliz das demandas.

2ª Resposta:
Por vezes, a coisa que mais desejamos no mundo é que nos passe uma maldita dor de ouvidos. Naquele momento, nada nos faria mais felizes do que o desaparecimento da dor. E o que é que isto prova? Que a felicidade não é atingível. Se aquilo que mais desejarem é que vos passe a dor de ouvidos, imaginarão que serão gloriosamente felizes quando isso acontecer. E serão, durante cerca de 10 minutos... até esquecerem como a dor era horrível. Uma vez que desejamos sempre qualquer coisa, obtê-la não consegue satisfazer-nos. Haverá quem afirme que a felicidade não reside em atingir os nossos objectivos, e sim em lutar por eles. Mas desejar desesperadamente que uma dor de ouvidos passe não nos faz sentir felizes, mas infelizes. Portanto, nunca podemos ser felizes, excepto por uns breves instantes, até que chegue o desejo seguinte.

3ª Resposta:
O mundo do homem feliz é inteiramente diferente do do homem infeliz. A felicidade é uma competência. Toda a gente pode ser feliz, mas a faculdade de o concretizar é deficiente na maior parte de nós. Não a procurem... abracem-na. É um erro pensar que a felicidade é qualquer coisa que merecemos mas não temos. Muitas coisas boas são apenas a ausência de coisas más... saúde, segurança e liberdade são bons exemplos... e nós somos bons a apreciar o que falta. Felicidade é o estado em que não desejamos que qualquer coisa fosse diferente. Portanto, se aceitarmos as coisas como elas são, podemos permitir a nós mesmos sermos felizes. Decidam ser felizes e sê-lo-ão. As coisas mais pequenas podem trazer felicidade, se as deixarmos. Podem escolher a felicidade ou procurá-la em vão. No entanto, uma vez que a felicidade é uma competência, é inevitável que uns tenham mais talento do que outros. A felicidade pode ser apenas uma questão de sorte, um dom para uns, negado a outros. Mas todos podem melhorar, com a prática.

4ª Resposta:
O elemento mais fundamental da felicidade é a infelicidade. A felicidade é uma emoção complexa, mista. Muitas vezes, as pessoas preferem coisas que lhes provocam dor em vez de lhes darem prazer: por isso preferimos amor à mera gratificação sexual, a dura verdade à ignorância. O prazer, o conforto, o êxtase só tem significado através do contraste. Não podemos conhecer a satisfação se não tivermos antes experimentado a falta dela. O direito de procurar a felicidade? Preservemos antes o direito de sermos infelizes. Porque sem a infelicidade, a felicidade não tem qualquer significado.

O que acham? Têm mais alguma ideia do que possa ser a felicidade? (desculpem por ter prolongado tanto o post =S)

terça-feira, maio 25, 2010

Música Clássica

Adoro música clássica! É o meu tipo de música favorito. Também gosto muito de música folk e celta, mas prefiro música clássica.

Adoro o som dos vilonos, dos violoncelos e de tudo o resto. Todos eles juntos conseguem formar músicas utópicas. Por vezes, quando estou em baixo, basta-me ouvir umas das muitas músicas clássicas que tenho no computador, para acalmar. Por vezes, quando estou "parado" basta-me ouvir uma música para começar a reflectir sobre algo. Dá-me uma sensação de paz e harmonia que nunca poderia sentir ouvindo uma música pop ou rock. Fazem-me sentir vivo e alegre. Fazem-me ver o lado mais positivo da vida.

Qual é o estilo de música que gostam mais? Porquê?

sexta-feira, maio 21, 2010

O Amor


O Amor... Todos o procuramos, todos o buscamos. Mas será que na nossa busca constante pelo mundo, já não encontrámos o Amor?

Aqui, quem consegue definir Amor? Não sabemos o que é, como nos faz sentir, e é por isso que o procuramos incessantemente.

Contudo, imaginem que já tinham encontrado o Amor e o seu verdadeiro significado. Como saberiam o que era? Não sabiam! Não sabiam porque ninguém consegue definir o que é o Amor.

Será que já o encontrámos? Será que alguma vez o vamos encontrar? Será que ele já nasce connosco?

Custa-me pensar que já encontrei o verdadeiro Amor e, como não sei o que é realmente, posso tê-lo posto de lado, continuando, assim, procurando-o.

Não é uma tarefa estúpida, procurar algo que já se encontrou? Não é uma tarefa inútil? Podemos vir a encontrá-lo mas, como não sabemos o seu significado, podemos muito bem "mandá-lo embora".

Como vamos algum dia ser felizes amando se não sabemos o que é o Amor?

quinta-feira, maio 20, 2010

Os espelhos...


Hoje, depois de tomar banho, olhei-me ao espelho e pus-me a pensar: "Será que os espelhos são como que um portal para um mundo paralelo ao nosso? Um mundo onde tudo é idêntico a este?" Achei muito estranho ter pensado em tais coisas mas, será que é verdade?

Há pessoas que afirmam que o reflexo de quem se olha a um espelho é o reflexo da alma. Pois eu não sei. Será que não existe um mundo paralelo ao nosso? Talvez. Será que não se torna visível através dos espelhos? Provavelmente.

Contudo, tudo isto não tem lógica. Porém, o facto de se acreditar em Deus também não tem lógica, simplesmente se acredita.

Para vocês, o que é um espelho?

segunda-feira, maio 17, 2010

Hitler e a Igreja católica

O que tem Hitler a ver com a igreja católica? Nada! Mas que comparação tão absurda! Será? Convido-os a analisá-la.

Hitler, como toda a gente sabe, foi um líder nazi que iniciou a 2ª Guerra Mundial. Considerava a raça ariana superior e a raça judaica inferior. Matou milhares e milhares de judeus apenas por meras diferenças entre a sua raça, que era considerada como perfeita, e a raça judaica. Foi uma violação dos direitos humanos e ninguém o pode contestar!

Ok. Mas o que é que isso tem a ver com a igreja, perguntam vocês. Se eu vos perguntar o que é que Hitler fez, todos sabem responder. E se eu vos perguntar o que fez a igreja? Bem, perseguiu, esquartejou, crucificou, queimou milhares e milhares de pessoas. Não foi o mesmo que Hitler fez? Ambos mataram milhares de pessoas, apesar de ser por motivos diferentes. O que torna as intenções da igreja católica, que, supostamente, eram as de expandir a fé cristã,  mais puras do que as intenções de Hitler, que era dizimar um raça inteira? Nada! Nada porque ambas levaram às mesmas consequências! Estou a adoptar um ponto de vista consequencialista. Contudo, mesmo se não o fizer, observo que ambas as acções foram erradas. Se der mais valor às intenções (teoria deontológica), observo o mesmo!

Coloco-vos agora uma questão. Sabemos que tanto a igreja católica como Hitler cometeram actos horrendos e obviamente condenáveis. Sabemos que ambos desrespeitaram as diferenças entre os diferentes seres humanos (raça, religião, ...) desrespeitando, assim, os Direitos Humanos. Sabendo isto, pergunto-vos: se Hitler ainda estivesse entre nós, seriam capaz de o perdoar? Perdoá-lo pelos infernais actos que cometeu? A resposta é obviamente não, calculo.

Agora pergunto: por que é que a igreja católica mereceu uma segunda oportunidade? Tudo o que fizeram foi tão mau quanto o que Hitler fez, ou pior! Tortura, assassínios, ... Tudo coisas horríveis! Foram capazes de queimar pessoas ainda vivas. Ainda Vivas! Desculpem mas é algo tão obviamente reprovador o que Hitler fez.

Esclareçam-me. Não percebo porque a igreja católica mereceu outra oportunidade mas ninguém daria outra oportunidade a Hitler.

quarta-feira, maio 12, 2010

A influência das frases filosóficas...

E esta filosofia toda põe-me a pensar...

Às vezes, surgem-me frases, na mente, muito... filosóficas! Não resisto e aponto, se puder. Algumas, que por vezes são muito filosóficas, escapam-me, e nunca mais me lembro delas.

Aqui vão duas. Uma é um pouco estranha e ainda não consegui descodificá-la, mas parece-me filosófica (1ª).


1 - O vento amainou, a tempestade não. (?)

2 - Nunca terei um amigo tão bom quanto eu próprio, assim como nunca terei um inimigo tão mau.

3 - Nunca ninguém gostou tanto dos outros como de si próprio.

4 - Os amigos parecem perder esse estatuto quando deixamos de poder usufruir da amizade que nos dão.

5 - As pessoas confiam em Deus porque perderam toda a confiança na humanidade.

6 - Não há nada mais bonito do que acordar, ouvir o cantar dos pássaros e ver que o destino nos deu mais uma hipótese.

7 - Não é por querermos que algo seja real que o passa a ser. Assim como, não é por querermos que algo seja apenas um ilusão que o passa a ser.

8 - A felicidade e a infelicidade são coisas passageiras, assim como tudo. Se precebermos isso, encontraremos a paz interior.

9 - Não nos devemos rir dos erros dos outros pois também os podemos vir a cometer.

10 - O homem é rude, vil e grotesco por natureza. Quem não o é, não é considerado homem.

11 - Sabia que o Homem se tornara numa besta há muito tempo, só não sabia o quão sádico podia ser.

12 - As nossas acções são determinadas pelas circunstâncias em que se inserem. Contudo, a nossa vontade pode modificar as circunstâncias em nosso favor.

13 - A vida só é vazia quando não temos ninguém que a preencha.

14 - Deus não é nada sem o amor que os Homens lhe têm.

15 - A imperfeição é uma qualidade essencial do ser humano, pois, sem ela, não há perfeição.

16 - Amar alguém não é nada mais nada menos do que ser feliz ao lado dessa mesma pessoa.

17 - Não peças desculpa por algo que não podes evitar.

18 - Não são as experiências que são más mas sim o hábito de as experimentar.

Para além destas frases, houve uma frase, não criada por mim mas sim por uma colega minha, que me ficou na cabeça desde o momento em que foi dita: «Quando somos bons, o mérito é nosso. Quando somos maus, a culpa é dos outros» (Inês Miranda). Espectacular! x)

Frases de Maria Mendes:

  • «A coragem não é só maluquice, é também enfrentar o que menos desejamos»

  • «Mais vale um sorriso triste que a tristeza de não saber sorrir»
Obrigado pelos comentários! =)

Qual o sentido de vida do ser humano?

O que fazemos nós neste mundo? O que fazemos nós aqui?

Provavelmente, a nossa vida tem tanto sentido como a vida de um cão, ou um gato. O que é o Homem? «Nada em relação ao infinito, tudo em relação ao nada» (O Dia Em Que Sócrates Vestiu Jeans).

O Homem acha-se superior ao resto dos seres vivos. Na verdade, até o somos. Mas apenas porque somos racionais. Contudo, porque é que a nossa vida é mais importante do que a de uma simples minhoca?

Não é! É importante para nós, que somos humanos. Assim como a vida de uma minhoca não tem qualquer importância para nós, a nossa vida não tem qualquer importância para o mundo.

Somos inteligentes, amáveis, perversos, assassinos, amigos, gananciosos, invejosos, solidários, ... O que é que isso influência a nossa importância neste mundo?

(Cada vez mais penso que não estamos aqui, neste maravilhoso mundo, para fazer o Bem, mas para fazer o Mal e levá-lo à destruição porque, apesar de termos defeitos, não os tentamos eliminar)

domingo, maio 09, 2010

Futebol

Já viram onde o nosso mundo foi parar? O que é que interessa a maioria das pessoas? Futebol! Futebol, futebol, futebol... Já estou farto de futebol!

Aqui em Torres Vedras, desde as 8 que os benfiquistas festejam a vitória. Só pararam há pouco tempo! Não acham que é demais? Muito bem, o Benfica ganhou o campeonato. Não é só isso? Porque é que têm de fazer tanto alarido? Acho que esta gente ignorante e vazia que constitui o povo português, alegrava-se muito menos com o fim da crise do que com a vitória do Benfica. Nem há comparação!

Contudo, estas pessoas, para além de raiva, porque não posso negar que não sinto raiva, transmitem-me pena. Pena por praticamente viverem para o futebol. Pena por serem estúpidas ao ponto de andar à pancada por causa do futebol.

Estou farto de fanatismos! Já não suporto ouvir falar em futebol! Estou farto de pessoas burras, ignorantes, burras, bêbedas, grotescas, vazias, ocas e fanáticas que adoram o futebol. Pessoas como essas não merecem o dom da vida. Esse mesmo dom devia ser dado àqueles que lhe dariam algum valor.

sexta-feira, maio 07, 2010

Os nossos semelhantes

Visto que um dos comentários de um dos posts foi um pouco... chocante, decidi dedicar um tempinho a esse tema.

Foi dito por uma pessoa desconhecida que: «se falarem mal comigo eu não vou falar bem». Isto é o mesmo que dizer: «Se as pessoas não forem boas para mim, eu também não serei bom para essas pessoas». É isto um comportamento correcto?

Um dos mais banais povérbios que ouvimos na nossa vida é o seguinte: «Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti». Isto é o mesmo que dizer: «Faz aos outros o que gostas que te façam a ti». O que o estranho anónimo sugeriu foi algo como: «Faz aos outros o que eles te fazem a ti». Agora pergunto, onde estaria o mundo com esse lema? Se seguíssemos todos o tal banal provérbio, como seria o mundo?

Obviamente que todos sabem a resposta para ambas as perguntas. Mas, se as sabemos, porque é que não fazemos o correcto? Sujeitos como o senhor Anónimo, há muitos! E eu admito que é difícil tratar bem as pessoas que nos falam mal. Mas será que tratá-las igualmente mal é correcto? Moralmente correcto? Não se trata de descer ao nível delas, trata-se de distinguir o certo do errado. E o que está certo é tratarmos os nossos semelhantes como tal, não como meios para atingirmos a nossa felicidade.

Se todos se preocupassem tanto com os outros como se preocupam consigo próprios, estaríamos a ter esta conversa?

quinta-feira, maio 06, 2010

Nêsperas...

Adoro nêsperas!

Há muito tempo que não comia nêsperas. Acabei à pouco de jantar e, como sobremesa, comi nêsperas (e também gelado, mas isso não interessa)! É o meu fruto preferido... É pena é só se comerem na Primavera. É da maneira que como muitas! x)

Qual é o vosso fruto preferido?

quarta-feira, maio 05, 2010

Para onde foi o respeito?

Para onde foi o respeito?

Quanto mais cresço, mais noto que, à minha volta, as pessoas não têm qualquer respeito umas pelas outras. Na escola, ninguém pede licença para passar (se for preciso até empurram). No bar da escola, ninguém é capaz de pedir qualquer coisa às atenciosas funcionárias acabando com o banal mas sempre gracioso «se faz favor». Em tudo o resto é igual! Quase nunca ouço ninguém a dizer «se faz favor». Sinceramente nem sei como dizem obrigado!

Para onde foi o respeito?

Para onde quer que olhe vejo sempre malícia nos olhares. Desprezo, desdém... As pessoas não se respeitam. As pessoas não respeitam as diferenças, as pessoas não respeitam as opiniões umas das outras. As pessoas não se respeitam... O mais grave, é quando as pessoas não se respeitam sem saber o motivo para tal. Simplesmente não se respeitam.

Pode ser muito mais grave do que parece. No nosso caso, o desrespeito é muito inferior ao desrespeito que existe no outros países. Aí sim o desrespeito é grave! Diferenças entre sexos, religiões, cores de pele, etc. não são respeitados por superstições, arrogância, ignorância ou até mesmo por nada! Simplesmente não são.

O que devemos fazerem relação a tudo o isto? Bem, com respeito vem a amizade. Com a a amizade, por sua vez vem o amor. E com o amor, felicidade e bem-estar. Então, porque não nos havemos de respeitar?

Já o Gandhi dizia: «Sê a mudança que queres ver no mundo». Bem, é isso que eu vou fazer.

segunda-feira, maio 03, 2010

Se calhar o nosso futuro já está traçado...


A liberdade... Provavelmente o assunto mais debatido de todos os tempos. Porém, nunca deixa ser alvo de debate.

Para os seres humanos 'normais' (os do senso comum) a inexistência de liberdade é algo indiscutível. Nem essas pessoas nem as outras, que defendem que somos determinados (já explico), acreditam que não temos liberdade. É algo que está "dentro" de nós e é algo que precisamos para viver. Já John Paul Sartre dizia que nós precisamos da nossa auto-imagem como seres livres. Concordo com ele.

Contudo, será que somos mesmo livres? Será que o nosso futuro está em aberto, como este livro em branco à espera que alguém o escreva, ou será que nascemos com o futuro já marcado?

Existem três teorias que tentam responder a esta questão, cada uma com os seus pontos fortes e fracos: o determinismo radical, o libertismo e o determinismo mitigado. Ambos o determinismo radical e o libertismo são teorias incompatibilistas, ou seja, a verdade de uma implica a falsidade da outra. Quanto ao determinismo mitigado, é considerado uma teoria compatibilista, visto que possibilita a coexistência de duas teorias opostas.

  1. O determinismo radical defende que tudo o que acontece tem uma causa. O facto de escolhermos uma fatia de tarte em vez de um maçã ou o facto de querermos ou não dar uma festa a um gato ou a um cão. Tudo tem um causa. Se tudo tem uma causa, então não existem acções livres, ou seja, o nosso futuro já está marcado.O problema, é que, sendo determinado, não há espaço para a responsabilidade, ou seja, para a recompensa ou punição, pois nada do que fazemos é feito de livre vontade.
  2. O libertismo nega que as nossas acções são determinadas, defendo, assim, que as nossas acções são livres. O problema, é que nega as lei da Física. Mas pior! Sem causas, as nossas acções são aleatórias e não baseadas nas nossas crenças e carácter. Que liberdade há numa acção que é feita aleatoriamente? Nenhuma! Há tanta liberdade numa acção aleatória como numa acção determinada.
  3. O determinismo mitigado, por sua vez, como o nome indica, defende que não podemos controlar o que nos acontece mas podemos reagir ao que nos acontece. Não existem determinantes das nossas acções mas sim condicionantes que, como o próprio nome indica, condicionam as nossas acções, mas não as determinam, havendo assim espaço para a liberdade.
De todas as teorias, a mais forte e bem argumentada é a 1ª,  determinismo radical. Contudo, não quer dizer que seja verdadeira, pois também tem as suas críticas: Se fossemos determinados, para que serviriam as leis? Não conseguiriamos evitar fazer o que fazemos, como matar, roubar, mentir...

Mas agora pensemos: será que tudo o que fazemos não está determinado? O nosso carácter, a nossa educação, as nossas crenças... não será que determinam as nossas acções? Há quem acredite que sim, há quem acredite que esses factores apenas as condicionam.

Será que o meu futuro já está traçado? Será que a minha vida futura ou até mesmo a minha vida de agora já estava decidida no momento em que nasci?