quinta-feira, setembro 29, 2011

Parafilias

«Uma parafilia (do grego παρά, para, "fora de",e φιλία, philia, "amor") é um padrão de comportamento sexual no qual, em geral, a fonte predominante de prazer não se encontra na cópula, mas em alguma outra atividade. São considerados também parafilias os padrões de comportamento em que o desvio se dá não no acto, mas no objecto do desejo sexual.» Wikipédia

Coisas estranhas, como este próprio assunto, são sempre coisas que me suscitam interesse. E considero este assunto, esta "coisa", um bom tema de reflexão e discussão. Pois todos nós estamos habituados a considerar que as zonas erógenas  do nosso corpo, tanto masculinas como femininas, são a única fonte de excitação e desejo sexual. Mas, e quando não são essas as principais fontes de excitação, mas sim outras. Outras que, na nossa (pessoas normais (normal na medida em que o objecto sexual são as zonas erógenas humanas) opinião, são completamente depravadas, ridículas ou até nojentas, horrorosas e doentias. O que pensar de pessoas que não se sentem atraídas pelo mesmo que nós nos sentimos?

Foi por isso que a homossexualidade e até a masturbação, foram consideradas parafilias. O desejo sexual era outro, os padrões de comportamento encontravam-se desviados. No entanto, actualmente essas duas coisas já não são consideradas parafilias, mas sim coisas normais, pelo menos a masturbação. Será que alguma das parafilias mais comuns poderão vir a ser consideradas normais. Vou dar-vos exemplos para pensarem sobre isso:

  • Agalmatofilia: atracção por estátuas;
  • Agorafilia: atracção por copular em lugares abertos ou ao ar livre;
  • Agrofilia: excitação em fazer sexon o campo (mato);
  • Apotemnofilia: desejo de se ver amputado;
  • Asfixiofilia: prazer pela redução de oxigénio;
  • BBW (Big Beautiful Woman): atracção sexual por mulheres obesas;
  • Coprofagia ou Coprofilia: excitação sexual proveniente da ingestão/contacto de fezes;
  • Crinofilia: excitação sexual provocada por secreções (suor, saliva, ...);
  • Dendrofilia: atracção por plantas;
  • Emetofilia: excitação provocada pelo acto de vomitar;
  • Espectrofilia: procura de prazer através de fantsias mórbidas com fastasmas, espíritos ou deuses;
  • Flatofilia: prazer erótico por escutar, cheirar e apreciar gases intestinais próprios e alheios;
  • Gerontofilia: atracção sexual de não-idosos por idosos;
  • Hipofilia: Desejo sexual por equinos;
  • Maieusofilia: excitação sexual por mulheres grávidas e/ou pela visualização de partos;
  • Masoquismo: procura de prazer através de dor infligida ao próprio;
  • Necrofilia: excitação sexual decorrente da visualização ou do contacto com um cadáver;
  • Pedofilia: atracção sexual de um indivíduo adulto ou adolescente por crianças;
  • Pirofilia: obtenção de prazer sexual através da visualização de fogo ou através do acto de se queimar ou de queimar qualquer coisa;
  • Podolatria: atracção sexual por pés;
  • Sadismo: excitação e prazer provocadas pelo sofrimento alheio;
  • Timofilia: excitação sexual provocada pelo contacto com metais preciosos, como o ouro e a prata, ou pela riqueza de forma abstracta;
  • Urofilia: excitação associada ao acto de urinar ou ingerir urina;
  • Vorarefilia: atração por um ser vivo engolindo ou devorando outro;
  • Voyeurismo: obtenção de prazer sexual através da observação de outras pessoas;
  • Zoofilia: atracção ou envolvimento sexual de seres humanos com animais de outras espécies.

Estes são apenas alguns exemplos de estranhas atracções sexuais e, muitas delas, depravadas e doentias. Muitas poderam estar associadas a problemas psicológicos e neuróticos. Muitas destas parafilias devem ser vistas como seriedade, pois podem trazer consequências graves a terceiros, como é o caso da pedofilia. Mas será que outras práticas, outras parafilias, associadas apenas às pessoas que se relacionam sexualmente, devem ser vistas com maus-olhos se ambas sentirem prazer no acto, no seu relacionamento? Como é o caso duma relação sadomasoquista: um dos parceiros excita-se ao ver o outro sofrer, enquanto que o outro excita-se ao fazer o outro sofrer. Para nós é estranho, claro! Porém, assim como o sadomasoquismo, a homossexualidade também o era (até a masturbação o era!). Será que temos o direito de julgar pessoas relacionadas de tal maneira? O que a nós nos parece frio, cruel e sofredor, não o é para eles. É excitante e prazeroso, na verdade!

Quem fala do sadomasoquismo, fala de qualquer outra parafilia que não perturbe fisica ou psicologicamente terceiros (caso da pedofilia ou zoofilia). Ingerir urina? Ou até mesmo fezes? Não me poderia deixar mais enojado... Mas será que tenho o direito de julgar as pessoas que se excitam com tal acto?

segunda-feira, setembro 26, 2011

Tabu: Estranhos Amores


Actualmente, dá um programa, regularmente, na National Geographic sobre diversos tipos de tabus que existem nos nosso mundo. Quer dizer, diversas pessoas ou sociedades que rompem com os diferentes tabus no nosso mundo: desde pessoas que bebem urina, como na Autrália, China e Índia, a pessoas que vivem como bebés nos seus tempos livres, de forma a descontrair e relaxar (chama-se a este tipo de estilo de vida: infantilismo.

De entre uma série de tabus quebrados, houve um, em especial, que despertou o meu interesse: o amor por objectos inanimados. Um dos episódios desta chocante e surpreendente série foi sobre amores estranhos, e um desses amores era mesmo esse: amar objectos. Enquanto um homem vivia, na Califórnia, apaixonado pelos seus carros, amando-os como se ama uma pessoa, uma mulher, na Alemanha, vivia apaixonada pelo Muro de Berlim (e era original dos EUA. Apenas de mudou para a Alemanha para estar perto da sua amada).

Comecei a pensar sobre o assunto. Primeiramente, achei estupidamente ridículo. Amar um carro? Amar uma parede? O que se passa com esta gente?! No entanto, não se trata de amor? Porquê privá-los de algo tão belo como o amor, por mais que seja por uma parede?

Bem, espero que respondam a esas últimas duas perguntas, assim como eu o tentarei fazer. Na minha opinião, é simplesmente ridículo, assim como o era quando me deparei com o assunto, amar uma parede, ou um carro! Amar um objecto inanimado parece-me algom uito superflúo e materialista. Contudo, os amantes proporcionavam todos os carinhos e cuidados perante os seus amados. Mas como se pode amar um obejcto se este não ama? Bem, como Madame Stael uma vez disse: «O amor é egoísmo a dois». Então, o que se chama a quem ama um objecto que, por sua vez, não pode amar? Egoísmo! É uma simples maneira de evitar os dramas que por vezes advêm do amor a dois. Todavia, o amor sentido por um carro, não substitui o amor sentido entre duas pessoas. Para além disso, este amor por objectos pode advir de um problema psicológico qualquer, posto que a mulher que amava o Muro de Berlim sofreu abusos na sua infância e esta foi traumática para ela, o que pode ter sido causa no refúgio nos objectos que não a magoavam e que ela podia amar sem sofrer.

Espero que deixem a vossa opinião!

quinta-feira, setembro 08, 2011

Uma Vida de Mosquito...

Para quem espera ansiosamente por novas mensagens, peço desculpa. Casa de verão, não internet, total liberdade.

Passo agora a registar um dos pensamentos, de entre muitos outros, que me ocorreu no Verão e que eu fiz tenção de anotar. Simples reflexões momentâneas que, no entanto, retratam sentimentos contínuos.

«Diversão é algo tão necessário na minha idade como qualquer outra coisa. No entanto, há limites e, na minha idade, esses limites já são um pouco restritos. Deve sempre haver tempo para a diversão, mas também o deve haver para a reflexão.

E isso é o que tenho tentado fazer ver aos moucos dos meus amigos. Pois para eles, não há tempo para reflexões; a sua vida é construída com base na diversão, e nada mais que isso. Mas de mim, a reflexão faz parte, assim como deveria fazer parte deles, caso quisessem chegar mais longe na vida; além daquela existência animalesca e grotesca.

Vejo-me, pois, como um mosquito no meio desta bicharada toda. Sou eu que estou ali para os picar, para drenar os dogmas e preconceitos sobre assuntos dos quais eles estão convencidos que conhecem e dominam. Sou eu que ali estou para os infectar com dúvidas e filosofias que nunca lhes passaram pela cabeça antes de os picar.

Contudo, esta tarefa não é fácil, pois ser amigo de um mosquito é difícil. Caso não resistam à infecção, o que apenas demonstra o quão animalescos, grotescos e frágeis são, vão querer esborrachar-me e calar-me como se esborracha e cala um mosquito, para sempre. Caso se tornem meus amigos, vão ter de suportar as doenças que lhes trago. E se quiserem viver, curar-se, vão ter de abraçar essas infecções ou combatê-las. Noutro caso, ou vivem e morrem doentes ou acabam com a origem da doença, como é mais fácil. É o que todos fazem, de uma maneira ou de outra, pois nenhum deles quer ficar doente, nem nenhum deles se quer curar.»

Com isto, queria apenas descrever a profunda frustração que sentia e que continuo a sentir. Quero apenas que duvidem, que reflictam, que pensem. Que abraçem essas infecções, essas doenças, e que lutem contra elas. Não mais que isso. Mas antes de poder explicar o que quero, já fui esborrachado. Morto a sangue frio como qualquer mosquito o é...