domingo, setembro 26, 2010

Ewige Wiederkunft (Eterno Retorno)

Friedrich Nietzsche acreditava e defendia que a vida se repetia infinitamente. Defendeu que a vida que vivemos e que a que vivemos anteriormente, se repete num ciclo infinito. Que cada dor, cada prazer, cada pensamento, cada suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande na vida, se há-de repetir num outra vida futura, e tudo na mesma ordem e sequência.

Apesar de isto se relacionar com o determinismo radical, relaciona-se, principalmente, com a vida para além da morte. Como outros se perguntaram, eu pergunto-me: 'Se realmente a teoria do eterno retorno for real, que implicações é que isso tem na nossa vida? Nunca saberemos se a teoria é real ou não porque, mesmo que reencarnemos num outro corpo e numa outra época, de nada nos lembraremos. E então? De que nos vale pensar numa coisa que nunca se vai poder provar?'

A morte é muito importante para a existência de uma vida boa. Contudo, tudo o que está para além dela, não faz parte desta vida. Não nos compete a nós questionarmos e procurarmos saber o que se encontra para além da morte, ou seja, desta vida. Tudo isso simplesmente não faz parte desta vida.

E se nada existir para além desta vida? Se for simplesmente isto? Se assim o for, muitas pessoas perceberão, obviamente, como estão a desperdiçar esta efémera vida. Porque não podemos tomar nada como garantido. Não podemos apenas acreditar que existe um Inferno e um Céu para um dos quais nós iremos, apenas porque assim o desejamos. Mas isso não implica que deixemos de nos preocupar com as nossas acções. Não implica que devemos deixar de nos preocupar em fazer o Bem porque este deve ser praticado independentemente de existir vida, ou não, para além da morte.

A grande questão é: Porque nos preocupamos com estas coisas? Nem sabemos comprovar que temos alma ou o que ela é. A vida é demasiado curta para nos preocuparmos com estas coisas. Temos simplesmente de a aproveitar ao máximo e de dar valor a tudo o que temos. Se já vivemos esta vida, ou se a viveremos novamente, não interessa, pois nunca o chegaremos a saber realmente. Contudo, temos que agir como se isso acontecesse.

quinta-feira, setembro 23, 2010

O lado bom da Morte

A morte é algo tão maravilhoso, não acham? Que pergunta tão estranha... Mas o que seria a vida sem a morte?

Para existir vida tem que existir morte. A morte dá um significado muito mais valorativo e importante à vida (a morte física, obviamente). Sem morte, a vida não teria sentido e seria completamente vazia.

É como o Yin e o Yang. A vida é composta por este tipo de coisas: Bem e Mal, simpatia e antipatia, felicidade e infelicidade, egoísmo e altruísmo, vida e morte. Se assim não fosse, não seria a mesma coisa. Os opostos completam-se, logo, a morte completa a vida.

Tememos tanto a morte, mas temos muitas mais razões para temer a vida. As pessoas não entendem que a morte não é mais do que o desaparecimento da face da Terra. E o que é que sabemos disso? Nada! Apenas podemos ter receio do que não conhecemos. Contudo, se conhecemos a vida e os perigos que temos que enfrentar para a viver bem, porque não nos preocupamos com ela? Tenho o dobro de receio da vida, do que da morte. Esta última para mim nada significa senão aquilo que disse anteriormente.

Se o conceito de morte nos acompanhar constantemente, viveremos definitiva e irrevogavelmente melhor. Se tivermos a percepção de que a qualquer momento podemos simplesmente parar de respirar, então veremos a vida com outros olhos. Veremos a vida como aquelas pessoas que vêem uma coisa pela última vez e não podemos negar que, o que se sente, ao fazê-lo, é bom.

A morte é algo óptimo, acreditem. Sem ela, nunca viveríamos, apenas existiríamos. Sem ela, nasceríamos mortos. A vida é boa, alucinante, perigosa, excêntrica, gloriosa, verdadeira porque a morte existe. A morte completa a vida.

quarta-feira, setembro 22, 2010

O Valor das Coisas

'O nosso lixo é a sobrevivência de muitas pessoas'. É esta a mensagem principal que a mensagem sugere. E eu considero este tema de extrema importância.

A tecnologia, e todos os benefícios da ciência, estragaram-nos, a nós, seres humanos que podemos usufruir desses mesmos benefícios. Tornámo-nos mimados e futéis. Precisamos de tudo e mais alguma coisa, mesmo daquelas coisas que em nada melhoram a nossa vida. E, o pior, é que não conseguimos perceber o que estamos a fazer e como agimos. Simplesmente consumimos e consumimos para depois deitarmos tudo fora. Temos que ter um iPod, um telémovel, um computador, roupas fixes,... Para que servem essas coisas? Temos de nos contentar com o que temos de básico. Temos de nos contentar por termos uma casa, comida e livros para estudar. Porque para muito gente os livros são apenas um sinónimo de trabalho. Contudo, como se vive sem se trabalhar? Não se vive! E estudar é o melhor trabalho que alguém pode ter.

Temos de parar para pensar. Temos que dar valor ao que temos. Deitamos meia barra de cereais fora porque não nos apetece mais. Há alguém no mundo que mataria por meia barra de cereais. Deitámos uma folha que tem a parte de trás lisa e branca apenas porque a outra parte está escrita. Há alguém no mundo que, se tivesse uma caneta e essa mesma folha, guardá-las-ia como se fossem sagradas. Para nós uma caneta, uma folha, uma barra de cereais, uma televisão, uma casa, são coisas banais e vulgares. Mas não é por isso que lhes deve ser destituído o seu valor original. Um televisão é uma maravilha da tecnologia e da ciência, uma conquista fantástica. Uma caneta é uma coisa que deixaria os antigos gregos de boca aberta, assim como uma folha.

As coisas têm mais valor do que aquele que lhes damos. Temos que começar a tentar dar todo o valor que merecem. Não desperdiçar nada e pensar naqueles que não têm essas mesmas coisas que nós desperdiçamos e como se sentiriam se as tivessem. A alegria que sentiriam se as tivessem. Para nós sentirmos essa mesma alegria, temos que começar a dar-lhes o valor que essas pessoas lhe dão. Tudo o que é banal é triste. Nada é banal, apenas se assim o quisermos.

segunda-feira, setembro 20, 2010

Analogismo Militar

Um general militar criou uma muralha para se proteger de um ou vários ataques de inimigos conhecidos e identificados como perigosos. Contudo não construiu portões nem nada que se parecesse. Assim não havia possibilidade de ser invadido. Todavia, também não havia possibilidade de ser auxiliado.

Passados uns tempos de ser atacado, depara-se com aliados seus e amigos de velha data. Porém, estes não podiam entrar e auxiliá-lo na sua guerra visto que, para isso, a barreira teria que ser destruída. Isto não poderia acontecer porque os seus inimigos encontravam-se também junto deles. Se a barreira fosse destruída os aliados entrariam, assim como os inimigos.

O que fariam vocês numa situação como a do general?

Passo a explicar o porquê deste texto metafórico. Certo dia, tive uma conversa com uma amiga minha que, surpreendentemente, passou de um carácter sério para o carácter filosófico. Estavamos nós a discutir o porquê de certos problemas nossos até que, num determinado momento, ela me confessou: «Já não confio muito nas pessoas. Tornei-me desconfiada por ter más experiências com amigos. Por confiar em pessoas que achava serem realmente dignas da minha confiança. Contudo, essas pessoas traíram essa mesma confiança que lhes depositei. Traíram-me... não sei se agora deva confiar.» (obviamente que não foram estas as palavras usadas por ela, mas inovei um pouco). Com a possibilidade de vir a ter um grande amigo, o que vocês fariam? Ela criou uma barreira psicológica, um preconceito convicto de que as pessoas não merecem confiança por não a respeitarem. E isso relaciona-se com o pequeno conto visto que, apesar de ela não deixar entrar os seus inimigos (as pessoas que traem a sua confiança), também não permitia a entrada dos seus aliados/ amigos (as pessoas em que ela pode confiar). Eu expliquei-lhe isto e perguntei-lhe o que preferia. O que preferiam vós?

Nós criamos centenas de barreiras e protecções. Isto para nos protegermos do que achamos prejudicial, maligno e cruel. Contudo, algumas das vezes, essas barreiras não têm fundamento. Por vezes até temos mesmo inimigos que não conhecemos, que não respeitamos por simples preconceitos. O que vos peço é o seguinte: pensem bem nas coisas de que se protegem. Algumas são inofensivas, outras não. Contudo, existem aquelas que são benéficas e que nos ajudam a viver melhor.

Quando destruímos a muralha que antes construímos, estamos a destruir uma convicção que antes não tínhamos. Um mundo com convicções é um mundo sem filosofia. Destruam as vossas muralhas. Defendam-se como puderem do inimigo e vivam alegremente com o amigo.

sábado, setembro 18, 2010

Masoquismo indiscreto...


Um dia destes pus-me a pensar no tabaco. Por que é que tanta gente fuma? E por que fumam? E por que continuam a fazê-lo sabendo quais as consequências de o fazer? Cheguei a duas conclusões: ou essas mesmas pessoas são ignorantes e não sabem quais os malefícios do tabaco (muito pouco provável) ou então são masoquistas.

Uma pessoa pode não conhecer quais as graves consequências que o tabaco traz consigo. Se não conhecer essas mesmas consequências  se lhe der prazer fumar, não vê qual o motivo para parar. Felizmente, actualmente esse número de pessoas é infinitamente reduzido. Infelizmente e surpreendentemente, as pessoas que conhecem os perigos de fumar não o deixam de o fazer. Conclusão: são masoquistas.

Um masoquista, para quem não sabe, é alguém que tem prazer com actos que violentam o seu próprio corpo ou, por vezes, espírito, como por exemplo cortar-se ou mutilar-se propositadamente. O tabaco violenta irrevogavelmente o nosso corpo. É verdade que é diferente mas, a única diferença, é a maneira como o violenta. Um corte provoca-nos uma dor aguda e momentânea. Passado uns minutos já não sentimos nada, se for um corte pouco profundo, obviamente. O tabaco mata-nos lentamente, causa-nos dor de diferentes maneiras. Apesar de não sentirmos nenhuma dor momentânea ao fumar um cigarro, sentimo-la mais tarde, depois de fumar muitos cigarros. Se o fazemos propositadamente, somos masoquistas.

Fumadores e não fumadores, pensem comigo. O que diriam de uma pessoa que corta os pulsos? E o que diriam se essa mesma pessoa não ficasse por aí? E se essa pessoa fosse mais longe? E se essa mesma pessoa, após ter cortado os pulsos, corta-se os dedos? E depois a mão, e o braço, e o outro, e uma perna, e outra perna? E, se com todo esse banho de sangue continuasse viva, passasse para o o peito? Dilacerava o seu corpo desmembrado e, no final, com tamanho prazer, arrancaria o seu coração. Bem, acho que posso falar por todos: só pode ser doentiamente louco? Então, o que diriam de alguém que faz o mesmo mas de uma forma diferente e mais demorada? O que diriam de alguém que o faria para obter prazer, apesar de amar a vida? Bem, seria o louco confuso? Se ama a vida, porque faria tal coisa? Só para obter um prazer? Prefiro sofrimento ou dor momentânea do que prazer mortífero. Porque é isso que o tabaco implica: um prazer mortal.

Espero que tenham entendido a minha pequena "história". Se fumam, deixem de o fazer. A não ser que na verdade sejam aquela pessoa que se mata por prazer. Se não forem desse género de pessoa, parem agora. Muitos de vós ainda vão a tempo. Outros, já tiveram uma oportunidade...

Só têm uma oportunidade: ou agora, ou nunca.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Nazismo

Estou agora a ver um filme na RTP 1 que se chama América Proibida. Está relacionado com os skinheads na América do Norte. Diziam eles que combitiam a invasão ilegal de outras raças como a negra, a asiática, a mexicana, etc. Achavam que essas mesmas pessoas estavam a roubar os benefícios que deviam estar ao dispor dos americanos. Contudo, o mais impressionante, é o facto de essas mesmas pessoas (se é que lhes posso chamar de pessoas) venerão Adolf Hitler e o seu desumano nazismo.

Nunca nada me impressionou tanto, acerca da história da humanidade, como o nazismo. Foi a mais demoníaca e sobernatural existência no mundo. Antes de mais nada, ninguém é capaz de entender como é que pessoas como Hitler viveram tempo suficiente para cometer tão horrorosos e terríficos actos. Charmar-lhe de Anticristo é um eufemismo. Nem sei como o posso caracterizar. Não sei se diga que era ignorante, preconceituoso, racista, demoníaco, puramente mau, ... Provavelmente era tudo isso e muito mais. Todavia, piores foram aqueles que se deixaram encantar pelos seus apelativos discursos. Que se deixaram manipular, controlar. Que fizeram tudo o que lhes mandavam sem nunca questionar a palavra do seu Fuher. Sádicas aberrações da Natureza.

Ainda assim, todo este grande holocausto e genocídio servi-nos como lição. Um lição que não pode ser esquecida. Não nos podemos esquecer que todos somos irmãos, que todos somos humanos, que todos somos um. Todos nós fazemos parte da Natureza. Ninguém é melhor que ninguém. «Todos diferentes, todos iguais». Porque é que as pessoas utilizam esta expressão sem reconhecer o seu verdadeiro significado? Nós somos todos iguais. Não é a raça ou a cor que nos distingue. Nada dessas coisas importam. O sangue que corre nas nossas veias, nas veias do Homem, é todo ele vermelho. E a isso já não prestam atenção!

Só de olhar para um símbolo que representa todo aquele grande horror que manchou a nossa Mãe Natureza com sangue de inocentes e pecadores, só de olhar para um desses símbolos, dá-me vontade de gritar. Gritar para expulsar esses demónios das cabeças de quem quer repetir o mesmo erro. De quem acha que, o que aconteceu, foi o melhor para a humanidade e que se deveria repetir! De todas as aberrações sanguínarias que não conseguem distinguir o Bem do Mal! Porque infelizmente ainda existem pessoas assim. Aberrações da natureza. Bestas sádicas...

Não pensem que estes assuntos não são importantes. Não pensem que as aulas de História servem apenas para jogar ao jogo do galo. A História existe para nos mostrar erros que não podem voltar a ser repetidos. Existe para mostrar ao mundo como ainda existem almas boas e puras que tentam e conseguem dizimar esses mesmo erros. Por favor, prestem mais atenção a estes assuntos pois eles merecem essa atenção e, em qualquer caso que seja, não brinquem com eles. Não brinquem com coisas que custaram a vida a milhões de pessoas.

Filmes relacionados com o nazismo:
- A Vida é Bela
- Valquíria
- O rapaz do pijama às riscas
- A Lista de Schindler
- Sacanas sem Lei

terça-feira, setembro 07, 2010

Um Verão cheio de experiências...



Peço desculpa aos meus assíduos seguidores pela minha longa ausência. Não tive outra opção senão a de me ausentar.

O Verão está a acabar e a escola a recomeçar. Tudo tem um fim (ou será que é nada?). Temos que viver com isso e ver o lado positivo das coisas. É óbvio que o Verão é utópico para nós, adolescentes, e o meu estava a ser mesmo bom. Contudo, quem não tem nem que seja só um bocadinho de saudades da escola? De rever os antigos colegas, de conhecer novos, de entrar numa nova escola, etc. Quem não tem saudades dessas coisas?

Todavia, esta mensagem tem como tema o Verão e não a escola. Obviamente que não vou falar sobre o Verão, no geral. Vou falar, particularmente, no meu Verão.

Bem, foi um Verão como os outros: praia, amigos, saídas à noite, viajar, etc. Contudo, para além disso, tive também algumas experiências. Umas boas outras más. Não as vou referir vou apenas divagar um pouco sobre o que é experimentar.

Ainda mesmo ontem, surgiu-me uma frase acerca deste mesmo tema: «Não são as experiências que são más mas sim o hábito de as experimentar». O que queria eu dizer com isto: apenas que experimentar coisas novas não é uma coisa má, por mais que essas mesmas coisas experimentadas possam ser aparentemente impuras ou indignas (drogas, tabaco, álcool). Não estou a contradizer o que disse anteriormente. Sim, as drogas, o tabaco e o álcool são coisas más se as experimentarmos regularmente. É óbvio que é um pouco mais complicado que isso mas experimentar essas mesmas coisas (não estou a dizer que experimentei) não é algo mau, é algo natural. É natural nós querermos conhecer e experimentar coisas novas. Não é normal nós as experimentarmos habitualmente sabendo quais os riscos de o fazer.

Com tudo isto apenas queria passar uma mensagem: não construam muros contra inimigos que desconhecem. Primeiro, têm que os conhecer. Depois, podem construir o que quiserem para se protegerem dele.