sexta-feira, dezembro 02, 2011

Perdido...

Deus está morto! Nós criámo-lo e, em conjunto, estamos a matá-lo. Já não assombra a mente de muitos de nós; já nos deixámos de tais infantilidades. Contudo, era tudo muito mais fácil quando lhe "obedecíamos", quando ele estava ao nosso lado, pois acreditamos que nos poderia salvar, enventualmente...

Hoje em dia, não há católicos. Pelo menos, não há minha volta. Todos vivem sem Deus, mesmo aqueles que afirmam que nele acreditam. O problema é que, sem Deus, vivemos apenas connosco sozinhos. Não digo que aqueles que nele acreditam piamente e vivem segundo os valores cristãos vivem com ele e são felizes: pensam que vivem com ele e que são felizes, mas vivem apenas na ilusão, porque têm medo de se conhecer a si próprios, os covardes. No entanto, o que fazer quando se tem consciência disso, que Deus não passa de uma ilusão, de uma criação nossa?

O que acontece é que muitos se apercebem de que não se conhecem e de que não sabem o que fazem aqui. E tanto esses como os que não se apercebem disso conscientemente, procuram algo ou alquém que lho diga. Largam um deus para procurar outro. Pois «É mais fácil obedecer a outro do que condenar-se a si mesmo.» (Nietzsche). Estaremos condenados a fugir de nós próprios eternamente? A enterrarmo-nos no aconchego de um qualquer deus que nos conforte? Ou teremos poder para nos encontrar e ir mais longe? 

quinta-feira, setembro 29, 2011

Parafilias

«Uma parafilia (do grego παρά, para, "fora de",e φιλία, philia, "amor") é um padrão de comportamento sexual no qual, em geral, a fonte predominante de prazer não se encontra na cópula, mas em alguma outra atividade. São considerados também parafilias os padrões de comportamento em que o desvio se dá não no acto, mas no objecto do desejo sexual.» Wikipédia

Coisas estranhas, como este próprio assunto, são sempre coisas que me suscitam interesse. E considero este assunto, esta "coisa", um bom tema de reflexão e discussão. Pois todos nós estamos habituados a considerar que as zonas erógenas  do nosso corpo, tanto masculinas como femininas, são a única fonte de excitação e desejo sexual. Mas, e quando não são essas as principais fontes de excitação, mas sim outras. Outras que, na nossa (pessoas normais (normal na medida em que o objecto sexual são as zonas erógenas humanas) opinião, são completamente depravadas, ridículas ou até nojentas, horrorosas e doentias. O que pensar de pessoas que não se sentem atraídas pelo mesmo que nós nos sentimos?

Foi por isso que a homossexualidade e até a masturbação, foram consideradas parafilias. O desejo sexual era outro, os padrões de comportamento encontravam-se desviados. No entanto, actualmente essas duas coisas já não são consideradas parafilias, mas sim coisas normais, pelo menos a masturbação. Será que alguma das parafilias mais comuns poderão vir a ser consideradas normais. Vou dar-vos exemplos para pensarem sobre isso:

  • Agalmatofilia: atracção por estátuas;
  • Agorafilia: atracção por copular em lugares abertos ou ao ar livre;
  • Agrofilia: excitação em fazer sexon o campo (mato);
  • Apotemnofilia: desejo de se ver amputado;
  • Asfixiofilia: prazer pela redução de oxigénio;
  • BBW (Big Beautiful Woman): atracção sexual por mulheres obesas;
  • Coprofagia ou Coprofilia: excitação sexual proveniente da ingestão/contacto de fezes;
  • Crinofilia: excitação sexual provocada por secreções (suor, saliva, ...);
  • Dendrofilia: atracção por plantas;
  • Emetofilia: excitação provocada pelo acto de vomitar;
  • Espectrofilia: procura de prazer através de fantsias mórbidas com fastasmas, espíritos ou deuses;
  • Flatofilia: prazer erótico por escutar, cheirar e apreciar gases intestinais próprios e alheios;
  • Gerontofilia: atracção sexual de não-idosos por idosos;
  • Hipofilia: Desejo sexual por equinos;
  • Maieusofilia: excitação sexual por mulheres grávidas e/ou pela visualização de partos;
  • Masoquismo: procura de prazer através de dor infligida ao próprio;
  • Necrofilia: excitação sexual decorrente da visualização ou do contacto com um cadáver;
  • Pedofilia: atracção sexual de um indivíduo adulto ou adolescente por crianças;
  • Pirofilia: obtenção de prazer sexual através da visualização de fogo ou através do acto de se queimar ou de queimar qualquer coisa;
  • Podolatria: atracção sexual por pés;
  • Sadismo: excitação e prazer provocadas pelo sofrimento alheio;
  • Timofilia: excitação sexual provocada pelo contacto com metais preciosos, como o ouro e a prata, ou pela riqueza de forma abstracta;
  • Urofilia: excitação associada ao acto de urinar ou ingerir urina;
  • Vorarefilia: atração por um ser vivo engolindo ou devorando outro;
  • Voyeurismo: obtenção de prazer sexual através da observação de outras pessoas;
  • Zoofilia: atracção ou envolvimento sexual de seres humanos com animais de outras espécies.

Estes são apenas alguns exemplos de estranhas atracções sexuais e, muitas delas, depravadas e doentias. Muitas poderam estar associadas a problemas psicológicos e neuróticos. Muitas destas parafilias devem ser vistas como seriedade, pois podem trazer consequências graves a terceiros, como é o caso da pedofilia. Mas será que outras práticas, outras parafilias, associadas apenas às pessoas que se relacionam sexualmente, devem ser vistas com maus-olhos se ambas sentirem prazer no acto, no seu relacionamento? Como é o caso duma relação sadomasoquista: um dos parceiros excita-se ao ver o outro sofrer, enquanto que o outro excita-se ao fazer o outro sofrer. Para nós é estranho, claro! Porém, assim como o sadomasoquismo, a homossexualidade também o era (até a masturbação o era!). Será que temos o direito de julgar pessoas relacionadas de tal maneira? O que a nós nos parece frio, cruel e sofredor, não o é para eles. É excitante e prazeroso, na verdade!

Quem fala do sadomasoquismo, fala de qualquer outra parafilia que não perturbe fisica ou psicologicamente terceiros (caso da pedofilia ou zoofilia). Ingerir urina? Ou até mesmo fezes? Não me poderia deixar mais enojado... Mas será que tenho o direito de julgar as pessoas que se excitam com tal acto?

segunda-feira, setembro 26, 2011

Tabu: Estranhos Amores


Actualmente, dá um programa, regularmente, na National Geographic sobre diversos tipos de tabus que existem nos nosso mundo. Quer dizer, diversas pessoas ou sociedades que rompem com os diferentes tabus no nosso mundo: desde pessoas que bebem urina, como na Autrália, China e Índia, a pessoas que vivem como bebés nos seus tempos livres, de forma a descontrair e relaxar (chama-se a este tipo de estilo de vida: infantilismo.

De entre uma série de tabus quebrados, houve um, em especial, que despertou o meu interesse: o amor por objectos inanimados. Um dos episódios desta chocante e surpreendente série foi sobre amores estranhos, e um desses amores era mesmo esse: amar objectos. Enquanto um homem vivia, na Califórnia, apaixonado pelos seus carros, amando-os como se ama uma pessoa, uma mulher, na Alemanha, vivia apaixonada pelo Muro de Berlim (e era original dos EUA. Apenas de mudou para a Alemanha para estar perto da sua amada).

Comecei a pensar sobre o assunto. Primeiramente, achei estupidamente ridículo. Amar um carro? Amar uma parede? O que se passa com esta gente?! No entanto, não se trata de amor? Porquê privá-los de algo tão belo como o amor, por mais que seja por uma parede?

Bem, espero que respondam a esas últimas duas perguntas, assim como eu o tentarei fazer. Na minha opinião, é simplesmente ridículo, assim como o era quando me deparei com o assunto, amar uma parede, ou um carro! Amar um objecto inanimado parece-me algom uito superflúo e materialista. Contudo, os amantes proporcionavam todos os carinhos e cuidados perante os seus amados. Mas como se pode amar um obejcto se este não ama? Bem, como Madame Stael uma vez disse: «O amor é egoísmo a dois». Então, o que se chama a quem ama um objecto que, por sua vez, não pode amar? Egoísmo! É uma simples maneira de evitar os dramas que por vezes advêm do amor a dois. Todavia, o amor sentido por um carro, não substitui o amor sentido entre duas pessoas. Para além disso, este amor por objectos pode advir de um problema psicológico qualquer, posto que a mulher que amava o Muro de Berlim sofreu abusos na sua infância e esta foi traumática para ela, o que pode ter sido causa no refúgio nos objectos que não a magoavam e que ela podia amar sem sofrer.

Espero que deixem a vossa opinião!

quinta-feira, setembro 08, 2011

Uma Vida de Mosquito...

Para quem espera ansiosamente por novas mensagens, peço desculpa. Casa de verão, não internet, total liberdade.

Passo agora a registar um dos pensamentos, de entre muitos outros, que me ocorreu no Verão e que eu fiz tenção de anotar. Simples reflexões momentâneas que, no entanto, retratam sentimentos contínuos.

«Diversão é algo tão necessário na minha idade como qualquer outra coisa. No entanto, há limites e, na minha idade, esses limites já são um pouco restritos. Deve sempre haver tempo para a diversão, mas também o deve haver para a reflexão.

E isso é o que tenho tentado fazer ver aos moucos dos meus amigos. Pois para eles, não há tempo para reflexões; a sua vida é construída com base na diversão, e nada mais que isso. Mas de mim, a reflexão faz parte, assim como deveria fazer parte deles, caso quisessem chegar mais longe na vida; além daquela existência animalesca e grotesca.

Vejo-me, pois, como um mosquito no meio desta bicharada toda. Sou eu que estou ali para os picar, para drenar os dogmas e preconceitos sobre assuntos dos quais eles estão convencidos que conhecem e dominam. Sou eu que ali estou para os infectar com dúvidas e filosofias que nunca lhes passaram pela cabeça antes de os picar.

Contudo, esta tarefa não é fácil, pois ser amigo de um mosquito é difícil. Caso não resistam à infecção, o que apenas demonstra o quão animalescos, grotescos e frágeis são, vão querer esborrachar-me e calar-me como se esborracha e cala um mosquito, para sempre. Caso se tornem meus amigos, vão ter de suportar as doenças que lhes trago. E se quiserem viver, curar-se, vão ter de abraçar essas infecções ou combatê-las. Noutro caso, ou vivem e morrem doentes ou acabam com a origem da doença, como é mais fácil. É o que todos fazem, de uma maneira ou de outra, pois nenhum deles quer ficar doente, nem nenhum deles se quer curar.»

Com isto, queria apenas descrever a profunda frustração que sentia e que continuo a sentir. Quero apenas que duvidem, que reflictam, que pensem. Que abraçem essas infecções, essas doenças, e que lutem contra elas. Não mais que isso. Mas antes de poder explicar o que quero, já fui esborrachado. Morto a sangue frio como qualquer mosquito o é...

terça-feira, junho 14, 2011

Realidade vs Ilusão

No ano passado, publiquei um post sobre este mesmo tema. E, devido às circunstâncias em que me encontrava, o meu pensamento foi condicionado (determinado). E acabei por afirmar, explicitamente, que era melhor viver sob uma ilusão, que na própria realidade. Agora que me deparei sobre o que disse, sinto-me um completa hipócrita. Pois foi apenas o calor do momento que me levou a afirmar tal coisa. Eu nunca acreditei, nem nunca acreditarei, que é preferível viver no mundo dos sonhos, em vez de viver com os pés bem assentes na Terra.

Primeiramente, porque apenas quem vive nesta realidade pode lutar por ela e lutar a favor do que tem de melhor e contra o que tem de melhor. Para além disso, quem prefere viver num mundo ilusório onde todos os seus desejos e ambições lhe parecem reais, não passa de um fraco. De um fraco que não consegue enfrentar a instabilidade do mundo e o que ele tem de pior. E, assim, deposita a sua vida numa realidade para além desta. No entanto, quanto mais o faz, maior será a sua queda quando acordar e perceber que é nesta realidade que vive.

As ambições e os desejos apenas levam o Homem a elevar-se mais nessa completa ilusão, pois as pessoas deixam de agir como deviam, como é correcto agir, de acordo com o que é melhor para elas, e também para os outros, se for o caso, e passam a agir de forma condicionada, se não determinada. Passam a agir de acordo com os seus desejos e ambições, podendo mesmo agir incorrecta ou imoralmente.

Assim, concluo afirmando que não, não é melhor  viver numa ilusão. Pois esta é a nossa única realidade, esta é a verdadeira realidade. E apesar de instável, não deixa de ser maravilhosa. E apesar de triste, não deixa de ser alegre, por vezes. Tudo depende dos pontos de vista de cada um. Simplesmente não podem é querer fugir a esta realidade...


segunda-feira, junho 06, 2011

Paganismo

 Não sou crente, mas também não sou herege! Continuo a procurar respostas para as minhas dúdivas transcendentes. No entanto, poucos me esclarecem e, os que o fazem, não me convencem, não sei se por falta de argumentos por parte deles se por orgulho e teimosia por minha parte. Apenas sei que, de acordo com a sociedade em que vivo, ou acredito em Deus ou não posso acreditar em nada!
A mitologia grega sempre me fascinou, assim como crença em deuses divinamente humanos que, apesar de o serem, eram também perfeitamente fantásticos. E, por esse mesmo motivo, a religião que girava à sua volta era igualmente maravilhosa e sempre me fascinou. E, por vezes, pergunto-me: porque não posso eu ser pagão e acreditar nessas divindades como outrora acreditavam?

Muitos me respondem que outrora apenas o faziam porque não podiam explicar os fenómenos naturais que hoje explicamos sem grande dificuldade. No entanto, porque não posso atribuir a ocorrência desses mesmos fenómenos à vontade dos deuses que nos desejam punir ou recompensar? Porque não posso eu considerar que o movimento das placas tectónicas que originaram um sismo foi causado por um deus zangado? Porque não posso considerar como causa primeiro os desejos e estados de humor dos deuses.

Bem, primeiro por falar em deuseS e não em Deus, no singular. Apercebi-me que a sociedade que me rodeia não aceita outra crença senão a em Deus ou outra entidade singular e perfeita. Para além disso, a perfeição de Deus ou de outra entidade nunca daria origem a catástrofes como as que verificamos na Natureza.

Contudo, e para além disso, continuo a achar que o mundo seria muito mais maravilhoso se a crença nesses Deuses ainda fosse aceite. O fascínio e o fantástico do passado ainda estaria sobre nós, assim como a aura de luz que os acompanhava.

sexta-feira, maio 27, 2011

Em quem devemos votar?

Li algo extremamente interessante num  livro que saiu há pouco tempo num jornal (acho que foi no Público) chamado: Filosofia em Directo, de Desidério Murcho. E esse algo deixou-me a pensar...
Digamos que somos passageiros a bordo de um avião e que temos que escolher o piloto que o vai pilotar por votação. «Sem conhecimentos de aviação nem tempo nem disposição para os adquirir, as pessoas não poderiam votar sensatamente no melhor piloto. A probabilidade seria que não nos mais competentes, mas nos mais loquazes, nos mais bonitos ou nos mais ricos e trapaceiros que, por terem mais dinheiro, poderiam fazer melhores campanhas a seu favor. E o resultado seria que muitos mais aviões cairiam, matando muitas centenas de pessoas, do que na situação actual em que não há qualquer democracia na escolha do piloto de avião: este é imposto em função das suas credenciais, que são controladas por pessoas que sabem o que fazem, e não por um qualquer passageiro munido de um boletim de voto».

Pergunto agora: será que também não estamos a escolher os nosso 'pilotos' com base em todos esses factores? Pois, na verdade, quantos de nós estão cientes das competências dos candidatos políticos? Será que a nossa escolha é mais coerente do que a dos ignorantes passageiros?

Ficaria satisfeito com quem conseguir responder-me a esta pergunta de uma forma coerente e credível.

quinta-feira, maio 26, 2011

Falta de Princípios

 A nossa vida, a minha e a dos outros estudantes, não é feita de facilidades, assim como a de muita gente. Sim, trabalhamos muito; sim, já estamos um pouco cansados; porém, para além de todo este trabalho ser necessário para nos garantir um futuro melhor, faz-nos também ver, aprender, perceber o que nos espera lá fora. 

No entanto, acho completamente ridículo quando se tenta dar a volta a este facto adquirido. É verdade que não conseguimos ir a lado nenhum sem esforço e trabalho, é verdade que não há sucesso sem essas duas componentes. Contudo, e apesar de o esforço e o trabalho não ser grande, continuam a tentar enganar-se encontrando maneiras mais fáceis de superar os desafios que se nos deparam, evitando, pois, todo o esforço que, apesar de cansativo, é também necessário.

Repudiu (não em demasia) as pessoas que isto fazem. Primeiro porque se acham extramente espertos pelo que fazem, apesar de isto revelar apenas falta de bom senso. Em segundo lugar, porque acham que ficam a ganhar com essa desonestidade, apesar de perderem muito mais (nem imaginam o quanto), do que se fossem honestos. E em terceiro e último lugar, porque revelam ainda uma falta de príncipos e bom senso, como já referi, que apenas leva a juventude a desenvolver a crise de valores que já assola a nossa sociedade.
E sem este querer superar os desafios, e sem esta falta de força, de luta, de persistência, vejo-nos a nós, jovens, a alargar o fosso de valores em que já nos encontramos.

domingo, maio 22, 2011

José Castelo Branco - A Fraqueza de Espírito

Já lá vai tanto tempo desde a última vez que aqui escrevi. Posso mesmo afirmar: quanto mais tempo passa, mais trabalho se tem!


Fiquei hoje impressionado com a falta de escrúpulos desta mesma pessoa. Enquanto me encontrava a ver o novo programa da TVI, os Perdidos na Tribo, pelo simples facto de ser completamente ridículo, apercebi-me do quão 'fraco' José Castelo Branco é.

Antes de mais, o desrespeito dele pelos seus anfritiões é completamente ridículo. A sua falta de carácter é colossal. Para além disso, viu-se envolvido numa cena em que tinha que acartar um balde com água na cabeça. A sua fraqueza, neste caso física, levou-o a desistir antes de chegar ao seu destino. A 'birra' que fez por não querer continuar a carregar o balde levou-o a ser forçado a fazê-lo o que, consequentemente, levou-o a deitar o balde de água que carregava ao chão. E isto, mesmo parecendo pouco, impressionou-me. Encontrava-se na Etiópia; o calor lá é abrasador; a falta de água potável é um dos grandes problemas que assola as populações que vivem naquela região. No entanto, teve a coragem, se é que se pode chamar de coragem, de desperdiçar o bem mais precioso para toda aquela gente, pelo simples facto de ser fraco - tanto de estatura como de alma.

Para agravar mais a sua situação e imagem, ainda se viu envolvido noutra cena reveladora. Quando tinha que marcar as vacas da sua tribo, golpeando-lhes a orelha (mas não cortando-a), assegurou que não o faria porque não gostava de fazer mal aos animais. Todavia, e irremediavelmente, lá acabou por fazê-lo. Contudo, em vez de apenas golpear a orelha do animal, acabou por lhe cortar a ponta. Deu por si com a ponta da orelha da vaca na mão e desatou a gritar, mantendo o pedaço da orelha na sua mão. Quando acabou de gritar, benzeu-se disse um ou dois 'Ai, meu Deus!' e acabou por declarar 'Já tenho um troféu!', colocando, seguidamente, o pedaço da orelha da pobre vaca à frente tanto do seu peito, como do pulso como de outros lugares onde o pudesse usar como enfeito, chegando mesmo a afirmar 'Dava um bonito colar'.

Isto apenas demonstra a falta de princípios deste mesmo ser. O seu carácter abalou-me e, por mais que seja contra a violência e contra o desprezo e todas essas coisas, uma pessoa como ele é que não faz falta nenhuma nem a Portugal nem ao mundo. O problema é que, como ele, há muitos!