A liberdade... Provavelmente o assunto mais debatido de todos os tempos. Porém, nunca deixa ser alvo de debate.
Para os seres humanos 'normais' (os do senso comum) a inexistência de liberdade é algo indiscutível. Nem essas pessoas nem as outras, que defendem que somos determinados (já explico), acreditam que não temos liberdade. É algo que está "dentro" de nós e é algo que precisamos para viver. Já John Paul Sartre dizia que nós precisamos da nossa auto-imagem como seres livres. Concordo com ele.
Contudo, será que somos mesmo livres? Será que o nosso futuro está em aberto, como este livro em branco à espera que alguém o escreva, ou será que nascemos com o futuro já marcado?
Existem três teorias que tentam responder a esta questão, cada uma com os seus pontos fortes e fracos: o determinismo radical, o libertismo e o determinismo mitigado. Ambos o determinismo radical e o libertismo são teorias incompatibilistas, ou seja, a verdade de uma implica a falsidade da outra. Quanto ao determinismo mitigado, é considerado uma teoria compatibilista, visto que possibilita a coexistência de duas teorias opostas.
- O determinismo radical defende que tudo o que acontece tem uma causa. O facto de escolhermos uma fatia de tarte em vez de um maçã ou o facto de querermos ou não dar uma festa a um gato ou a um cão. Tudo tem um causa. Se tudo tem uma causa, então não existem acções livres, ou seja, o nosso futuro já está marcado.O problema, é que, sendo determinado, não há espaço para a responsabilidade, ou seja, para a recompensa ou punição, pois nada do que fazemos é feito de livre vontade.
- O libertismo nega que as nossas acções são determinadas, defendo, assim, que as nossas acções são livres. O problema, é que nega as lei da Física. Mas pior! Sem causas, as nossas acções são aleatórias e não baseadas nas nossas crenças e carácter. Que liberdade há numa acção que é feita aleatoriamente? Nenhuma! Há tanta liberdade numa acção aleatória como numa acção determinada.
- O determinismo mitigado, por sua vez, como o nome indica, defende que não podemos controlar o que nos acontece mas podemos reagir ao que nos acontece. Não existem determinantes das nossas acções mas sim condicionantes que, como o próprio nome indica, condicionam as nossas acções, mas não as determinam, havendo assim espaço para a liberdade.
De todas as teorias, a mais forte e bem argumentada é a 1ª, determinismo radical. Contudo, não quer dizer que seja verdadeira, pois também tem as suas críticas: Se fossemos determinados, para que serviriam as leis? Não conseguiriamos evitar fazer o que fazemos, como matar, roubar, mentir...
Mas agora pensemos: será que tudo o que fazemos não está determinado? O nosso carácter, a nossa educação, as nossas crenças... não será que determinam as nossas acções? Há quem acredite que sim, há quem acredite que esses factores apenas as condicionam.
Será que o meu futuro já está traçado? Será que a minha vida futura ou até mesmo a minha vida de agora já estava decidida no momento em que nasci?
Há dois caminhos para ir a um certo local e um é mais longo que o outro e então eu escolho ir pelo mais curto, por que é mais fácil. Mas e se eu achasse que precisava de fazer exercício físico e escolhesse o mais longo.
ResponderEliminarOu então, está a chover e tenho um guarda-chuva a mão. Posso escolher usar o guarda-chuva e proteger-me da chuva ou então não; posso simplesmente achar que a sensação de andar a chuva deve ser boa e resolvo não usar o guarda-chua, mesmo sabendo quais as consequências - vou ficar molhada!
Todas as escolhas têm uma causa. Mas eu escolho a causa, logo sou livre.
Escolhes a causa ou a causa já está escolhida? Muitas vezes, nem sabes que existem causas que influenciam as tuas acções. Na verdade, se gostas de andar à chuva e de sentir a sensação da chuva sobre ti, de certeza que o farias em vez de abrir o guarda-chuva. Se não o fizesses para comprovar que tinhamos livre-arbítrio, a tua acção seria determinada pelo teu desejo em o determinar
ResponderEliminarNão há como escapar...
Tanto faz se abrir ou não o guarda-chuva é causado por isto ou aquilo. A causa é determinada pelo meu desejo e é só isso que importa.
ResponderEliminarUm escravo pode desejar, mas não pode seguir o seu desejo, não pode escolher.
Eu posso.
Será que podes?
ResponderEliminar«Um escravo pode desejar, mas não pode seguir o seu desejo, não pode escolher». Verdade. Porém, ele apenas não pode seguir os seus desejos devido aos factores sociais que determinam as suas acções e decisões. Se se tentar libertar de quem o escraviza, por exemplo, fá-lo-á por causa da miserável vida que têm. O facto de se querer ou de se libertar é causado pelo facto de ser escravizado (Causa-Efeito-Causa-Efeito...).
Tu podes escolher, é verdade, e também podes seguir os teus desejos. Um desejo não é mais que um mero desejo. Se concretizares esse desejo, fizeste-o de acordo com o que desejavas, ou seja, o teu desejo determinou a tua acção. Se escolhesses uma coisa em vez de outra, fá-lo-ias de acordo com os teus gostos, personaliade, desejos, educação, estatuto social, etc. Todas essas coisas determinam as tuas acções.
Ui! Calma lá, é impressão minha ou já te estás a inclinar mais para o deteriminismo radical do que para o mitigado? xD Consegui convencer-te!?
ResponderEliminarEu acredito no determinismo radical! Acredito que as nossas acções são deterimadas por diversos factores, nós é que nao nos damos conta disso e por isso temos a sensação que somos livres. Eu não acho que tenhamos liberdade de escolha, mas por muito injusto que seja acho que as pessoas que por exemplo matam, devem ser presas, não como uma forma de as castigar de maneira a que elas aprendam a lição e nunca mais repitam, as coisas são muito mais complicadas que isso, mas sim de maneira a evitar que elas façam "estragos".
Podia estar agora aqui a escrever imenso sobre isto, mas não tenho tempo e aho que depois ninguém ia ter paciencia para ler x)
Carolina M.
Acho que todos somos livres cada um com suas escolhas.
ResponderEliminarFazemos escolhas conscientes de que pode haver consequencias, como por exemplo se for infligir a lei ja sabera que tera uma consequencia.
Obrigado !
Contudo, infriges a lei por determinadas razões: personalidade, experiências de vida, situação social, etc. Todos esses factores determinam as tuas acções. Não infrigimos a lei apenas porque nos apetece. Quando o fazemos temos motivos que Determinam as nossas acções.
ResponderEliminarNada do que fizeste ou farás poderia ser diferente. O teu destino está traçado apesar de continuares a ser tu que lhe dás um rumo.
Não existe destino traçado e não se encontra tal afirmação em toda a Bíblia.
ResponderEliminarTodos temos o livre arbitrio e tal como, podemos escolher a que caminhos vamos percorrer.
Tal argumento é ficticio, visto que Deus não iria criar pessoas que seriam condenadas e outras não, cabe a nós as escolhas a que caminhos queremos trilhar.
Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará.
Gálatas 6:7
Este texto representa o contexto geral naquilo que estamos plantando ou seja seu testemunho, seus atos, o que temos feito tudo isto mostrará que caminho estamos trilhando.
Filho de peixe peixinho é?
Filho de bandido, bandidinho será, só se ele quizer!
Este ditado popular é algo anti-biblico e é uma inversão de verdade, se tal fato fosse veridico isto por si só invalidaria o sacrificio de JESUS CRISTO por está criança pois estaria afirmando que CRISTO não teria poder para transformar uma má pessoa em uma pessoa boa e assim haver uma verdadeira conversão.
Veja o seguinte texto:
pois para com Deus não há [acepção] de pessoas. Romanos 2:11
JESUS PROMETE A SALVAÇÃO A UM DOS MALFEITORES LUCAS 23:39-43
39 Então um dos malfeitores que estavam pendurados, blasfemava dele, dizendo: Não és tu o Cristo? salva-te a ti mesmo e a nós.
40 Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando na mesma condenação?
41 E nós, na verdade, com justiça; porque recebemos o que os nossos feitos merecem; mas este nenhum mal fez.
42 Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
43 Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.43 Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no [paraíso].
Se tal prática fosse verdade o castigo daquele mal feitor seria a condenação e não o perdão dado por JESUS não só de seus pecados mas de uma continuidade de vida no paraíso celestial.
Outro fato que causou grande repercusão foi da prostituda Maria Madalena, ela foi pega em adultério e na época o castigo era a pena de morte por apedrejamento...ela teve um encontro com Jesus na praia e teve seus pecados perdoados e apartir dali ela se tornou uma nova pessoa e ja não era mais a mesma pessoa de antes.
Pelo que, se alguém está em Cristo, nova [criatura] é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.
II Corintios 5:17
Que Deus te abençoe.
Percebo porque os católicos rejeitam completamente a ideia de sermos determinados. Contudo, eu não o sou. Como os católicos não conseguem provar, de maneira nenhuma, que Deus existe, assim como os ateus não são capazes de provar o contrário, a religião não nos consegue ajudar neste problema.
ResponderEliminarSe Deus existir, muito bem, não somos determinados. Se ele, pelo contrário, não existir, então, o mais lógico, é sermos determinados.
Obrigado pela tua opinião!
Toda nossa atitude já esta traçada, se um individuo que saiu de um "buraco" da sua vida e se sente soberbo que conseguiu graças a sua capacidade está enganado, pois muitos com mesma capacidade ou até melhor, não se sobressairia dessa condição porque tudo já estava traçado antes, sua decisão estava traçada e os acontecimentos também estavam traçados. Se temos livre arbitrio a bliblia não estaria escrita por exemplo: a Apocalipse(revelação) pelo contrario estaria em branco aguardando as decisões das civilizações.
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