terça-feira, junho 14, 2011

Realidade vs Ilusão

No ano passado, publiquei um post sobre este mesmo tema. E, devido às circunstâncias em que me encontrava, o meu pensamento foi condicionado (determinado). E acabei por afirmar, explicitamente, que era melhor viver sob uma ilusão, que na própria realidade. Agora que me deparei sobre o que disse, sinto-me um completa hipócrita. Pois foi apenas o calor do momento que me levou a afirmar tal coisa. Eu nunca acreditei, nem nunca acreditarei, que é preferível viver no mundo dos sonhos, em vez de viver com os pés bem assentes na Terra.

Primeiramente, porque apenas quem vive nesta realidade pode lutar por ela e lutar a favor do que tem de melhor e contra o que tem de melhor. Para além disso, quem prefere viver num mundo ilusório onde todos os seus desejos e ambições lhe parecem reais, não passa de um fraco. De um fraco que não consegue enfrentar a instabilidade do mundo e o que ele tem de pior. E, assim, deposita a sua vida numa realidade para além desta. No entanto, quanto mais o faz, maior será a sua queda quando acordar e perceber que é nesta realidade que vive.

As ambições e os desejos apenas levam o Homem a elevar-se mais nessa completa ilusão, pois as pessoas deixam de agir como deviam, como é correcto agir, de acordo com o que é melhor para elas, e também para os outros, se for o caso, e passam a agir de forma condicionada, se não determinada. Passam a agir de acordo com os seus desejos e ambições, podendo mesmo agir incorrecta ou imoralmente.

Assim, concluo afirmando que não, não é melhor  viver numa ilusão. Pois esta é a nossa única realidade, esta é a verdadeira realidade. E apesar de instável, não deixa de ser maravilhosa. E apesar de triste, não deixa de ser alegre, por vezes. Tudo depende dos pontos de vista de cada um. Simplesmente não podem é querer fugir a esta realidade...


segunda-feira, junho 06, 2011

Paganismo

 Não sou crente, mas também não sou herege! Continuo a procurar respostas para as minhas dúdivas transcendentes. No entanto, poucos me esclarecem e, os que o fazem, não me convencem, não sei se por falta de argumentos por parte deles se por orgulho e teimosia por minha parte. Apenas sei que, de acordo com a sociedade em que vivo, ou acredito em Deus ou não posso acreditar em nada!
A mitologia grega sempre me fascinou, assim como crença em deuses divinamente humanos que, apesar de o serem, eram também perfeitamente fantásticos. E, por esse mesmo motivo, a religião que girava à sua volta era igualmente maravilhosa e sempre me fascinou. E, por vezes, pergunto-me: porque não posso eu ser pagão e acreditar nessas divindades como outrora acreditavam?

Muitos me respondem que outrora apenas o faziam porque não podiam explicar os fenómenos naturais que hoje explicamos sem grande dificuldade. No entanto, porque não posso atribuir a ocorrência desses mesmos fenómenos à vontade dos deuses que nos desejam punir ou recompensar? Porque não posso eu considerar que o movimento das placas tectónicas que originaram um sismo foi causado por um deus zangado? Porque não posso considerar como causa primeiro os desejos e estados de humor dos deuses.

Bem, primeiro por falar em deuseS e não em Deus, no singular. Apercebi-me que a sociedade que me rodeia não aceita outra crença senão a em Deus ou outra entidade singular e perfeita. Para além disso, a perfeição de Deus ou de outra entidade nunca daria origem a catástrofes como as que verificamos na Natureza.

Contudo, e para além disso, continuo a achar que o mundo seria muito mais maravilhoso se a crença nesses Deuses ainda fosse aceite. O fascínio e o fantástico do passado ainda estaria sobre nós, assim como a aura de luz que os acompanhava.

sexta-feira, maio 27, 2011

Em quem devemos votar?

Li algo extremamente interessante num  livro que saiu há pouco tempo num jornal (acho que foi no Público) chamado: Filosofia em Directo, de Desidério Murcho. E esse algo deixou-me a pensar...
Digamos que somos passageiros a bordo de um avião e que temos que escolher o piloto que o vai pilotar por votação. «Sem conhecimentos de aviação nem tempo nem disposição para os adquirir, as pessoas não poderiam votar sensatamente no melhor piloto. A probabilidade seria que não nos mais competentes, mas nos mais loquazes, nos mais bonitos ou nos mais ricos e trapaceiros que, por terem mais dinheiro, poderiam fazer melhores campanhas a seu favor. E o resultado seria que muitos mais aviões cairiam, matando muitas centenas de pessoas, do que na situação actual em que não há qualquer democracia na escolha do piloto de avião: este é imposto em função das suas credenciais, que são controladas por pessoas que sabem o que fazem, e não por um qualquer passageiro munido de um boletim de voto».

Pergunto agora: será que também não estamos a escolher os nosso 'pilotos' com base em todos esses factores? Pois, na verdade, quantos de nós estão cientes das competências dos candidatos políticos? Será que a nossa escolha é mais coerente do que a dos ignorantes passageiros?

Ficaria satisfeito com quem conseguir responder-me a esta pergunta de uma forma coerente e credível.

quinta-feira, maio 26, 2011

Falta de Princípios

 A nossa vida, a minha e a dos outros estudantes, não é feita de facilidades, assim como a de muita gente. Sim, trabalhamos muito; sim, já estamos um pouco cansados; porém, para além de todo este trabalho ser necessário para nos garantir um futuro melhor, faz-nos também ver, aprender, perceber o que nos espera lá fora. 

No entanto, acho completamente ridículo quando se tenta dar a volta a este facto adquirido. É verdade que não conseguimos ir a lado nenhum sem esforço e trabalho, é verdade que não há sucesso sem essas duas componentes. Contudo, e apesar de o esforço e o trabalho não ser grande, continuam a tentar enganar-se encontrando maneiras mais fáceis de superar os desafios que se nos deparam, evitando, pois, todo o esforço que, apesar de cansativo, é também necessário.

Repudiu (não em demasia) as pessoas que isto fazem. Primeiro porque se acham extramente espertos pelo que fazem, apesar de isto revelar apenas falta de bom senso. Em segundo lugar, porque acham que ficam a ganhar com essa desonestidade, apesar de perderem muito mais (nem imaginam o quanto), do que se fossem honestos. E em terceiro e último lugar, porque revelam ainda uma falta de príncipos e bom senso, como já referi, que apenas leva a juventude a desenvolver a crise de valores que já assola a nossa sociedade.
E sem este querer superar os desafios, e sem esta falta de força, de luta, de persistência, vejo-nos a nós, jovens, a alargar o fosso de valores em que já nos encontramos.

domingo, maio 22, 2011

José Castelo Branco - A Fraqueza de Espírito

Já lá vai tanto tempo desde a última vez que aqui escrevi. Posso mesmo afirmar: quanto mais tempo passa, mais trabalho se tem!


Fiquei hoje impressionado com a falta de escrúpulos desta mesma pessoa. Enquanto me encontrava a ver o novo programa da TVI, os Perdidos na Tribo, pelo simples facto de ser completamente ridículo, apercebi-me do quão 'fraco' José Castelo Branco é.

Antes de mais, o desrespeito dele pelos seus anfritiões é completamente ridículo. A sua falta de carácter é colossal. Para além disso, viu-se envolvido numa cena em que tinha que acartar um balde com água na cabeça. A sua fraqueza, neste caso física, levou-o a desistir antes de chegar ao seu destino. A 'birra' que fez por não querer continuar a carregar o balde levou-o a ser forçado a fazê-lo o que, consequentemente, levou-o a deitar o balde de água que carregava ao chão. E isto, mesmo parecendo pouco, impressionou-me. Encontrava-se na Etiópia; o calor lá é abrasador; a falta de água potável é um dos grandes problemas que assola as populações que vivem naquela região. No entanto, teve a coragem, se é que se pode chamar de coragem, de desperdiçar o bem mais precioso para toda aquela gente, pelo simples facto de ser fraco - tanto de estatura como de alma.

Para agravar mais a sua situação e imagem, ainda se viu envolvido noutra cena reveladora. Quando tinha que marcar as vacas da sua tribo, golpeando-lhes a orelha (mas não cortando-a), assegurou que não o faria porque não gostava de fazer mal aos animais. Todavia, e irremediavelmente, lá acabou por fazê-lo. Contudo, em vez de apenas golpear a orelha do animal, acabou por lhe cortar a ponta. Deu por si com a ponta da orelha da vaca na mão e desatou a gritar, mantendo o pedaço da orelha na sua mão. Quando acabou de gritar, benzeu-se disse um ou dois 'Ai, meu Deus!' e acabou por declarar 'Já tenho um troféu!', colocando, seguidamente, o pedaço da orelha da pobre vaca à frente tanto do seu peito, como do pulso como de outros lugares onde o pudesse usar como enfeito, chegando mesmo a afirmar 'Dava um bonito colar'.

Isto apenas demonstra a falta de princípios deste mesmo ser. O seu carácter abalou-me e, por mais que seja contra a violência e contra o desprezo e todas essas coisas, uma pessoa como ele é que não faz falta nenhuma nem a Portugal nem ao mundo. O problema é que, como ele, há muitos!

domingo, dezembro 19, 2010

Preconceitos, expectativas, convicções


Há uns dias, no decorrer de uma conversa com uma amiga, apercebi-me das três piores coisas que um ser humano pode possuir, na minha opinião: preconceitos, convicções e expectativas.

Obviamente que todos devem saber porque é que os preconceitos são algo indesejável: distorcem a realidade, fazendo-nos criar uma opinião acerca de algo ou alguma coisa antes de experimentarmos esse mesmo algo. O melhor exemplo de um preconceito é não nos darmos com uma pessoa por essa mesma pessoa ser de raça negra ou homossexual. E quem diz raça negra ou homossexual diz outra coisa qualquer. Porém, todos nós sabemos que os preconceitos distorcem a realidade e não nos premitem aprofundar os nossos conhecimentos, conhecer novas pessoas e novas ideias. São sempre anti-filosóficos.

As expectativas não ficam longe. A ideia é idêntica. Por exemplo, quando um teste nos corre lindamente, o que já me aconteceu muitas vezes, criamos expectativas de tirar uma excelente nota. No entanto, por vezes, tiramos uma nota boa (ou não), mas não excelente. Na minha opinião, as expectativas são horríveis na medida em que nos iludem. Geralmente, detorpam o futuro e quando nos apercebemos que o futuro não é como imaginávamos, ficamos frustrados e sentimo-nos enganados. Quando criamos más expectativas acerca de algo e o final acaba por se revelar feliz, parece-nos que não é mau de todo. No entanto, melhor é não criar expectativas de todo pois, assim, não precisamos de esperar, infelizes, que o final se revele feliz. Uma vida sem expectativas é uma vida sem preocupação e frustração.

Por fim, as convicções. A meu ver, estas são quase que as piores das três. Isto porque são tão ou mais anti-filosóficas que os preconceitos pois, quando estamos convictos de algo, não damos qualquer hipótese à existência ou reflexão acerca desse mesmo algo. Criamos uma resposta definitiva, não deixando margem para dúvidas. Esta ideia, opõe-se ao objectivo da filosofia, que é criticar e refletir acerca de todas as nossas crenças e ideias. Pois, com a filosofia, raramente há uma reposta definitva; arrisco mesmo a dizer nunca.

Para mim, uma pessoa sem qualquer uma destas três coisas, é uma pessoa forçosamente feliz. Eu tento sê-lo e, para isso, ao aperceber-me destes três tormentos, tento erradicá-los e destruir toda a ilusão que estes acarretam.

terça-feira, novembro 30, 2010

Osho: Lições de Vida - 1

Desde há uns aninhos que ando a ler umas pequenas parábolas e lições de vida do, provavelmente, maior filósofo budista: Osho. Desde que arranjei esse pequeno livro, que me apercebi logo da magia e da sabedoria que o rodeava. Ao lê-lo, o mundo tornava-se mais brilhante, utópico. Todas as preocupações desapareciam e os problemas parecia que nem lá estavam.

Tudo isto com verdades que todos nós conhecemos e que, no entanto, nos recusamos a aceitar. Preferimos complicar as coisas quando deveriamos fazer o contrário.

Deixo-vos aqui a primeira de muitas lições que colocarei no meu blog de tempos a tempos. Espero que vos ajude e que vos indique o caminho a seguir na vida.

Bênçãos Encobertas

O único problema que se põe relativamente à tristeza, ao desespero, à raiva, ao desânimo, à ansiedade, à angústia e à miséria é que o leitor se quer livrar de tudo isso. Essa é a única barreira. Terá de viver com tudo isso. Não pode simplesmente fugir. Tudo faz parte da vida em que tem de se integrar e crescer. São desafios da vida. Aceite-os. São bênçãos encobertas.
A Sorte e o Azar de um Aldeão (Parábola)

Um homem tinha um cavalo muito bonito e o cavalo era tão raro que até os imperadores tinham pedido ao homem para o vender – fosse qual fosse o preço – mas ele recusou. Então, uma manhã, ele descobriu que o cavalo tinha sido roubado. A aldeia inteira reuniu-se para lamentar e todos diziam:
- Que infeliz! Podias ter ganho uma fortuna; as pessoas ofereciam-te tanto. Foste teimoso e foste estúpido. Agora o cavalo foi roubado.
Mas o velho riu e disse:
- Não digam disparates! Digam apenas que o cavalo já não está no estábulo. Deixem que o futuro venha e depois veremos.
E aconteceu que, quinze dias depois, o cavalo regressou e não vinha sozinho – trouxe uma dúzia de cavalos selvagens com ele da floresta. A aldeia inteira juntou-se e todos disseram:
- O velho tinha razão! O cavalo voltou e trouxe doze belos cavalos com ele. Agora, pode ganhar tanto dinheiro quanto quiser.
Foram ter com o homem e disseram-lhe:
- Perdão. Não conseguimos entender o futuro e os caminhos de Deus, mas tu és grandioso! Tu sabias algo sobre isso; tu tens alguma visão sobre o futuro.
Ele disse:
- Que disparate! Tudo o que sei é que o cavalo regressou com doze cavalos; o que vai acontecer amanhã ninguém sabe.
E no dia seguinte sucedeu que o filho único do velho homem caiu e partiu as pernas quando estava a tentar domar um dos cavalos. Toda a aldeia se reuniu novamente e todos disseram:
- Nunca se sabe; tinhas razão. Afinal, foi uma maldição. Teria sido melhor que o cavalo não regressasse. Agora, o teu filho ficará aleijado para toda a vida.
O velho disse:
- Não se precipitem! Esperem e vejam o que acontece. Digam só que o meu filho partiu as pernas; é tudo.
Aconteceu que, quinze dias depois, todos os jovens da aldeia foram levados à força para combater porque o país ia entrar em guerra. Somente o filho do velho homem foi deixado para trás, porque não tinha qualquer utilidade. Toda a gente se reuniu… e disseram:
- Os nossos filhos partiram! Pelo menos, tu tens um filho. Talvez esteja aleijado, mas está aqui! Os nossos filhos partiram e o inimigo é de longe mais forte; vão ser todos mortos. Na nossa idade avançada, não teremos ninguém para tomar conta de nós, mas tu, pelo menos, tens o teu filho e talvez ele fique curado.
Mas o velho homem disse:
- Digam apenas que os vossos filhos foram levados. O meu filho foi deixado para trás, mas não há nenhuma conclusão.

Limite-se a expressar o facto! Não pense nas coisas como sendo uma maldição ou um bênção. Não interprete e subitamente verá que tudo é maravilhoso.

Ausência prolongada

Peço imensa desculpa a todos aqueles que gostam de ler o meu blog ou que têm curiosidade acerca do que escrevo. Ultimamente o trabalho escolar não me tem deixado tempo para escrever acerca do que penso. Nunca deixei de ter novas ideias nem de pensar acerca de assuntos da vida. No entanto, a escola rouba-me a energia necessária para depositar aqui o que me vem à memória.

Mais uma vez peço desculpa e passo desde já a avisar que voltarei a escrever regularmente nas férias do Natal, altura em que espero ter mais tempo para mim.

domingo, outubro 17, 2010

Agostinho da Silva

O professor Agostinho da Silva nasceu a 13 de Fevereiro de 1906, no Porto, e  foi, provavelmente, o maior filósofo  e pensador português. Para além disso, foi também poeta e ensaísta. O seu pensamento combina elementos de panteísmo, milenarismo e ética da renúncia, afirmando a Liberdade como a mais importante qualidade do ser humano. Agostinho da Silva pode ser considerado um filósofo prático e empenhado, através da sua vida e obra, na mudança da sociedade. Contudo, devido à ditadura salazarista e falta de liberdade de expressão, este grande homem é exilado para o Brasil, e é lá que desenvolve a sua filosofia. É por isso que não pudemos tirar proveito da sua filosofia, ficando grande parte dela no Brasil.

Aqui está um pequeno mas maravilhoso poema deste grande homem:

O que faço só importa
Se traduz o que vou sendo
Se assim não for é nada
Só finjo que estou fazendo.




Mini-Questionários

Bem, já falei de alguns dos temas dos questionários, como o determinismo e o egoísmo. Anteriormente, fiz as mesmas perguntas a alunos da minha escola, para um trabalho de estatística (matemática). Obviamente que os resultados não foram iguais. Contudo, a única coisa que me espantou foi o facto de 46% das pessoas que respondeu ao questionário sobre o Egoísmo ter respondido que sim, que somos todos egoístas. Poucas são as pessoas que pensam assim.

Em relação ao que os inquiridos gostam mais: pensei que fosse poesia e não teatro. Poucas são as pessoas que gostam de teatro. Eu pelo menos conheço poucas e, por outro lado, conheço muitas que gostam de poesia e que escrevem os seus próprios poemas. Eu próprio, por vezes, escrevo poemas. Contudo, fico feliz por saber que as pessoas preferem a filosofia à poesia, e o facto de gostarem ainda mais de teatro continua a surpreender-me.

O facto de a filosofia para vocês ser um mundo deixa-me muito contente. Todavia, não podia esperar outra coisa. Quem visita um blog de filosofia muito provavelmente gosta de filosofia. Poucos foram aqueles que  responderam outra coisa.

Em relação aos filósofos eleitos. Já esperava que a coisa ficasse renhida entre o Descartes e o Kant. Contudo, o Descartes ganhou, apesar de ter sido por muito pouco. Na minha opinião, ambos os filósofos são bastante bons e ambos tiveram ideias fascinantes. No caso do Maquiavel e do Rousseau, esperava que ninguém os conhecesse. Em relação ao Maquiavel acertei. Contudo fiquei surpreendido com o facto de também terem eleito o Rousseau.

Os questionários vão continuar a aparecer, e as perguntas vão continuar a ser feitas.

Desejo-vos uma boa semana a todos!

sexta-feira, outubro 01, 2010

Princípios de Mahatma Ghandi

Adoro esta filosofia de Gandhi e adoro a pessoa que ele foi, em vida. Sempre o admirei muito e as suas palavras dizem-me mesmo bastante.

Isto é a sua pequena filosofia:

«Mantenha os seus pensamentos positivos porque os seus pensamentos tornam-se nas suas palavras. Mantenha as suas palavras positivas porque as suas palavras tornam-se nas suas atitudes. Mantenha as suas atitudes positivas porque as suas atitudes tornam-se nos seus hábitos. Mantenha os seus hábitos positivos porque os seus hábitos tornam-se nos seus valores. Mantenha os seus valores positivos porque os seus valores... tornam-se no seu destino.»

domingo, setembro 26, 2010

Ewige Wiederkunft (Eterno Retorno)

Friedrich Nietzsche acreditava e defendia que a vida se repetia infinitamente. Defendeu que a vida que vivemos e que a que vivemos anteriormente, se repete num ciclo infinito. Que cada dor, cada prazer, cada pensamento, cada suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande na vida, se há-de repetir num outra vida futura, e tudo na mesma ordem e sequência.

Apesar de isto se relacionar com o determinismo radical, relaciona-se, principalmente, com a vida para além da morte. Como outros se perguntaram, eu pergunto-me: 'Se realmente a teoria do eterno retorno for real, que implicações é que isso tem na nossa vida? Nunca saberemos se a teoria é real ou não porque, mesmo que reencarnemos num outro corpo e numa outra época, de nada nos lembraremos. E então? De que nos vale pensar numa coisa que nunca se vai poder provar?'

A morte é muito importante para a existência de uma vida boa. Contudo, tudo o que está para além dela, não faz parte desta vida. Não nos compete a nós questionarmos e procurarmos saber o que se encontra para além da morte, ou seja, desta vida. Tudo isso simplesmente não faz parte desta vida.

E se nada existir para além desta vida? Se for simplesmente isto? Se assim o for, muitas pessoas perceberão, obviamente, como estão a desperdiçar esta efémera vida. Porque não podemos tomar nada como garantido. Não podemos apenas acreditar que existe um Inferno e um Céu para um dos quais nós iremos, apenas porque assim o desejamos. Mas isso não implica que deixemos de nos preocupar com as nossas acções. Não implica que devemos deixar de nos preocupar em fazer o Bem porque este deve ser praticado independentemente de existir vida, ou não, para além da morte.

A grande questão é: Porque nos preocupamos com estas coisas? Nem sabemos comprovar que temos alma ou o que ela é. A vida é demasiado curta para nos preocuparmos com estas coisas. Temos simplesmente de a aproveitar ao máximo e de dar valor a tudo o que temos. Se já vivemos esta vida, ou se a viveremos novamente, não interessa, pois nunca o chegaremos a saber realmente. Contudo, temos que agir como se isso acontecesse.

quinta-feira, setembro 23, 2010

O lado bom da Morte

A morte é algo tão maravilhoso, não acham? Que pergunta tão estranha... Mas o que seria a vida sem a morte?

Para existir vida tem que existir morte. A morte dá um significado muito mais valorativo e importante à vida (a morte física, obviamente). Sem morte, a vida não teria sentido e seria completamente vazia.

É como o Yin e o Yang. A vida é composta por este tipo de coisas: Bem e Mal, simpatia e antipatia, felicidade e infelicidade, egoísmo e altruísmo, vida e morte. Se assim não fosse, não seria a mesma coisa. Os opostos completam-se, logo, a morte completa a vida.

Tememos tanto a morte, mas temos muitas mais razões para temer a vida. As pessoas não entendem que a morte não é mais do que o desaparecimento da face da Terra. E o que é que sabemos disso? Nada! Apenas podemos ter receio do que não conhecemos. Contudo, se conhecemos a vida e os perigos que temos que enfrentar para a viver bem, porque não nos preocupamos com ela? Tenho o dobro de receio da vida, do que da morte. Esta última para mim nada significa senão aquilo que disse anteriormente.

Se o conceito de morte nos acompanhar constantemente, viveremos definitiva e irrevogavelmente melhor. Se tivermos a percepção de que a qualquer momento podemos simplesmente parar de respirar, então veremos a vida com outros olhos. Veremos a vida como aquelas pessoas que vêem uma coisa pela última vez e não podemos negar que, o que se sente, ao fazê-lo, é bom.

A morte é algo óptimo, acreditem. Sem ela, nunca viveríamos, apenas existiríamos. Sem ela, nasceríamos mortos. A vida é boa, alucinante, perigosa, excêntrica, gloriosa, verdadeira porque a morte existe. A morte completa a vida.

quarta-feira, setembro 22, 2010

O Valor das Coisas

'O nosso lixo é a sobrevivência de muitas pessoas'. É esta a mensagem principal que a mensagem sugere. E eu considero este tema de extrema importância.

A tecnologia, e todos os benefícios da ciência, estragaram-nos, a nós, seres humanos que podemos usufruir desses mesmos benefícios. Tornámo-nos mimados e futéis. Precisamos de tudo e mais alguma coisa, mesmo daquelas coisas que em nada melhoram a nossa vida. E, o pior, é que não conseguimos perceber o que estamos a fazer e como agimos. Simplesmente consumimos e consumimos para depois deitarmos tudo fora. Temos que ter um iPod, um telémovel, um computador, roupas fixes,... Para que servem essas coisas? Temos de nos contentar com o que temos de básico. Temos de nos contentar por termos uma casa, comida e livros para estudar. Porque para muito gente os livros são apenas um sinónimo de trabalho. Contudo, como se vive sem se trabalhar? Não se vive! E estudar é o melhor trabalho que alguém pode ter.

Temos de parar para pensar. Temos que dar valor ao que temos. Deitamos meia barra de cereais fora porque não nos apetece mais. Há alguém no mundo que mataria por meia barra de cereais. Deitámos uma folha que tem a parte de trás lisa e branca apenas porque a outra parte está escrita. Há alguém no mundo que, se tivesse uma caneta e essa mesma folha, guardá-las-ia como se fossem sagradas. Para nós uma caneta, uma folha, uma barra de cereais, uma televisão, uma casa, são coisas banais e vulgares. Mas não é por isso que lhes deve ser destituído o seu valor original. Um televisão é uma maravilha da tecnologia e da ciência, uma conquista fantástica. Uma caneta é uma coisa que deixaria os antigos gregos de boca aberta, assim como uma folha.

As coisas têm mais valor do que aquele que lhes damos. Temos que começar a tentar dar todo o valor que merecem. Não desperdiçar nada e pensar naqueles que não têm essas mesmas coisas que nós desperdiçamos e como se sentiriam se as tivessem. A alegria que sentiriam se as tivessem. Para nós sentirmos essa mesma alegria, temos que começar a dar-lhes o valor que essas pessoas lhe dão. Tudo o que é banal é triste. Nada é banal, apenas se assim o quisermos.

segunda-feira, setembro 20, 2010

Analogismo Militar

Um general militar criou uma muralha para se proteger de um ou vários ataques de inimigos conhecidos e identificados como perigosos. Contudo não construiu portões nem nada que se parecesse. Assim não havia possibilidade de ser invadido. Todavia, também não havia possibilidade de ser auxiliado.

Passados uns tempos de ser atacado, depara-se com aliados seus e amigos de velha data. Porém, estes não podiam entrar e auxiliá-lo na sua guerra visto que, para isso, a barreira teria que ser destruída. Isto não poderia acontecer porque os seus inimigos encontravam-se também junto deles. Se a barreira fosse destruída os aliados entrariam, assim como os inimigos.

O que fariam vocês numa situação como a do general?

Passo a explicar o porquê deste texto metafórico. Certo dia, tive uma conversa com uma amiga minha que, surpreendentemente, passou de um carácter sério para o carácter filosófico. Estavamos nós a discutir o porquê de certos problemas nossos até que, num determinado momento, ela me confessou: «Já não confio muito nas pessoas. Tornei-me desconfiada por ter más experiências com amigos. Por confiar em pessoas que achava serem realmente dignas da minha confiança. Contudo, essas pessoas traíram essa mesma confiança que lhes depositei. Traíram-me... não sei se agora deva confiar.» (obviamente que não foram estas as palavras usadas por ela, mas inovei um pouco). Com a possibilidade de vir a ter um grande amigo, o que vocês fariam? Ela criou uma barreira psicológica, um preconceito convicto de que as pessoas não merecem confiança por não a respeitarem. E isso relaciona-se com o pequeno conto visto que, apesar de ela não deixar entrar os seus inimigos (as pessoas que traem a sua confiança), também não permitia a entrada dos seus aliados/ amigos (as pessoas em que ela pode confiar). Eu expliquei-lhe isto e perguntei-lhe o que preferia. O que preferiam vós?

Nós criamos centenas de barreiras e protecções. Isto para nos protegermos do que achamos prejudicial, maligno e cruel. Contudo, algumas das vezes, essas barreiras não têm fundamento. Por vezes até temos mesmo inimigos que não conhecemos, que não respeitamos por simples preconceitos. O que vos peço é o seguinte: pensem bem nas coisas de que se protegem. Algumas são inofensivas, outras não. Contudo, existem aquelas que são benéficas e que nos ajudam a viver melhor.

Quando destruímos a muralha que antes construímos, estamos a destruir uma convicção que antes não tínhamos. Um mundo com convicções é um mundo sem filosofia. Destruam as vossas muralhas. Defendam-se como puderem do inimigo e vivam alegremente com o amigo.