sábado, setembro 18, 2010

Masoquismo indiscreto...


Um dia destes pus-me a pensar no tabaco. Por que é que tanta gente fuma? E por que fumam? E por que continuam a fazê-lo sabendo quais as consequências de o fazer? Cheguei a duas conclusões: ou essas mesmas pessoas são ignorantes e não sabem quais os malefícios do tabaco (muito pouco provável) ou então são masoquistas.

Uma pessoa pode não conhecer quais as graves consequências que o tabaco traz consigo. Se não conhecer essas mesmas consequências  se lhe der prazer fumar, não vê qual o motivo para parar. Felizmente, actualmente esse número de pessoas é infinitamente reduzido. Infelizmente e surpreendentemente, as pessoas que conhecem os perigos de fumar não o deixam de o fazer. Conclusão: são masoquistas.

Um masoquista, para quem não sabe, é alguém que tem prazer com actos que violentam o seu próprio corpo ou, por vezes, espírito, como por exemplo cortar-se ou mutilar-se propositadamente. O tabaco violenta irrevogavelmente o nosso corpo. É verdade que é diferente mas, a única diferença, é a maneira como o violenta. Um corte provoca-nos uma dor aguda e momentânea. Passado uns minutos já não sentimos nada, se for um corte pouco profundo, obviamente. O tabaco mata-nos lentamente, causa-nos dor de diferentes maneiras. Apesar de não sentirmos nenhuma dor momentânea ao fumar um cigarro, sentimo-la mais tarde, depois de fumar muitos cigarros. Se o fazemos propositadamente, somos masoquistas.

Fumadores e não fumadores, pensem comigo. O que diriam de uma pessoa que corta os pulsos? E o que diriam se essa mesma pessoa não ficasse por aí? E se essa pessoa fosse mais longe? E se essa mesma pessoa, após ter cortado os pulsos, corta-se os dedos? E depois a mão, e o braço, e o outro, e uma perna, e outra perna? E, se com todo esse banho de sangue continuasse viva, passasse para o o peito? Dilacerava o seu corpo desmembrado e, no final, com tamanho prazer, arrancaria o seu coração. Bem, acho que posso falar por todos: só pode ser doentiamente louco? Então, o que diriam de alguém que faz o mesmo mas de uma forma diferente e mais demorada? O que diriam de alguém que o faria para obter prazer, apesar de amar a vida? Bem, seria o louco confuso? Se ama a vida, porque faria tal coisa? Só para obter um prazer? Prefiro sofrimento ou dor momentânea do que prazer mortífero. Porque é isso que o tabaco implica: um prazer mortal.

Espero que tenham entendido a minha pequena "história". Se fumam, deixem de o fazer. A não ser que na verdade sejam aquela pessoa que se mata por prazer. Se não forem desse género de pessoa, parem agora. Muitos de vós ainda vão a tempo. Outros, já tiveram uma oportunidade...

Só têm uma oportunidade: ou agora, ou nunca.

7 comentários:

  1. é uma boa tentativa mas os teus argumentos já estão mais do que 'batidos' e infelizmente ninguém faz caso deles e continuam a entregar-se àquele estupido vício.
    Mas de qualquer forma é uma boa tentativa :)

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  2. Eu sou fumadora e a tentar fortemente ser ex-fumadora. Mas garanto-te que 99% dos fumadores sabem perfeitamente os riscos que isso implica, da mesma forma que tu sabes que comer fritos ou doces te faz mal, mas comes. É a irracionalidade consciente humana.

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  3. Melhor seria falarmos em condicionamento e determinismo. Os nossos hábitos (bons ou maus) condicionam o nosso viver. Para quem fuma, no caso, há um forte condicionamento que vai além do querer. É algo químico, físico. É uma luta, bastante complicado vencer. Não sou fumante. Mas percebo a luta de muitos amigos. Felizmente, nascemos para ser livres. Temos vontade e liberdade. Por isso, acredito que nada restará determinado ficar assim. Pois, com a força de vontade a ajuda de um profissional, da família de pessoas amigas, quem fuma poderá vencer o cigarro. E em outro casos ou outros vícios também (comer demais, beber demais, etc) É preciso acreditar e sempre lutar. Eis, aí, na nossa liberdade a grande beleza do SER. Cuidar da vida e da saúde para que possamos nos amar e amar os outros. É assim que sinto. É assim que refleti sobre o seu texto jovem Bernardo. Um bom domingo para você, um abraço fraterno ;)

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  4. Os fumadores fumam mesmo sabendo que faz mal por uma de 2 razões: já lhes é muito difícil largar, ou pensam que podem largar quando quiserem. O ano passado a minha turma passava a vida a chatear a stora de Geografia por ela fumar e ela dizia sempre que quando quisesse, largava. E nós respondiamos sempre "Então largue stora!" embora ela acabasse por responder "Mas agora ainda não me apetece, mas quando quiser largo."

    Mas bem, a maioria devem ser cabeças duras como UMA PESSOA QUE EU CONHEÇO :D

    Curiosidade estava seriamente a pensar ler o "Admirável Mundo novo", agora tá a minha "mão" filosófica. lol!

    Beijos!

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  5. Caro amigo,

    Existe uma enorme diferença entre o masoquismo (dor) e o acto de fumar (prazer e provavelmente adiamento da dor).
    É claro, que fumar poderá ter consequências terriveis para a saúde, as pessoas já estão mais que informadas sobre as doenças graves, que também podem surgir a uma pessoa que não fuma e que nunca conviveu com qualquer tipo de fumo.
    Geralmente, os masoquistas procuram sensações (de dor) em tempo real.
    Mas o acto de fumar, não deve ser confundido com qualquer espécie de automutiliação ou sofrimento espontâneo, deliberado.
    Entre o Marquis de Sade e um índio da américa do sul (fumadores com longa tradição), existem enormes diferenças.
    Cabe a cada individuo, avaliar a sua consicência e capacidade de interpretar os fenómenos que convivem com as diversas sociedades ou comunidades.

    Certos hábitos podem parecer estranhos e até podem não ser benéficos para a saúde, mas será que consomem a inteligência dos outros cidadãos que desenvolvem ou não, a liberdade da reciprocidade dos comportamentos?
    Que importância terão certas constatações?
    De momento que não interfiram na integridade física ou intelectual dos seus iguais, marcaram sempre presença, com um ligeiro toque de vaidade.

    Abraço,

    Pierrot le fou

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  6. Obrigado pelo teu comentário Pierrot. Achei-o muito 'enriquecedor' =)

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  7. Argumentos muito fracos. Sem base filosófica nem poder de convencimento.

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