Friedrich Nietzsche acreditava e defendia que a vida se repetia infinitamente. Defendeu que a vida que vivemos e que a que vivemos anteriormente, se repete num ciclo infinito. Que cada dor, cada prazer, cada pensamento, cada suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande na vida, se há-de repetir num outra vida futura, e tudo na mesma ordem e sequência.
Apesar de isto se relacionar com o determinismo radical, relaciona-se, principalmente, com a vida para além da morte. Como outros se perguntaram, eu pergunto-me: 'Se realmente a teoria do eterno retorno for real, que implicações é que isso tem na nossa vida? Nunca saberemos se a teoria é real ou não porque, mesmo que reencarnemos num outro corpo e numa outra época, de nada nos lembraremos. E então? De que nos vale pensar numa coisa que nunca se vai poder provar?'
A morte é muito importante para a existência de uma vida boa. Contudo, tudo o que está para além dela, não faz parte desta vida. Não nos compete a nós questionarmos e procurarmos saber o que se encontra para além da morte, ou seja, desta vida. Tudo isso simplesmente não faz parte desta vida.
E se nada existir para além desta vida? Se for simplesmente isto? Se assim o for, muitas pessoas perceberão, obviamente, como estão a desperdiçar esta efémera vida. Porque não podemos tomar nada como garantido. Não podemos apenas acreditar que existe um Inferno e um Céu para um dos quais nós iremos, apenas porque assim o desejamos. Mas isso não implica que deixemos de nos preocupar com as nossas acções. Não implica que devemos deixar de nos preocupar em fazer o Bem porque este deve ser praticado independentemente de existir vida, ou não, para além da morte.
A grande questão é: Porque nos preocupamos com estas coisas? Nem sabemos comprovar que temos alma ou o que ela é. A vida é demasiado curta para nos preocuparmos com estas coisas. Temos simplesmente de a aproveitar ao máximo e de dar valor a tudo o que temos. Se já vivemos esta vida, ou se a viveremos novamente, não interessa, pois nunca o chegaremos a saber realmente. Contudo, temos que agir como se isso acontecesse.