domingo, dezembro 19, 2010

Preconceitos, expectativas, convicções


Há uns dias, no decorrer de uma conversa com uma amiga, apercebi-me das três piores coisas que um ser humano pode possuir, na minha opinião: preconceitos, convicções e expectativas.

Obviamente que todos devem saber porque é que os preconceitos são algo indesejável: distorcem a realidade, fazendo-nos criar uma opinião acerca de algo ou alguma coisa antes de experimentarmos esse mesmo algo. O melhor exemplo de um preconceito é não nos darmos com uma pessoa por essa mesma pessoa ser de raça negra ou homossexual. E quem diz raça negra ou homossexual diz outra coisa qualquer. Porém, todos nós sabemos que os preconceitos distorcem a realidade e não nos premitem aprofundar os nossos conhecimentos, conhecer novas pessoas e novas ideias. São sempre anti-filosóficos.

As expectativas não ficam longe. A ideia é idêntica. Por exemplo, quando um teste nos corre lindamente, o que já me aconteceu muitas vezes, criamos expectativas de tirar uma excelente nota. No entanto, por vezes, tiramos uma nota boa (ou não), mas não excelente. Na minha opinião, as expectativas são horríveis na medida em que nos iludem. Geralmente, detorpam o futuro e quando nos apercebemos que o futuro não é como imaginávamos, ficamos frustrados e sentimo-nos enganados. Quando criamos más expectativas acerca de algo e o final acaba por se revelar feliz, parece-nos que não é mau de todo. No entanto, melhor é não criar expectativas de todo pois, assim, não precisamos de esperar, infelizes, que o final se revele feliz. Uma vida sem expectativas é uma vida sem preocupação e frustração.

Por fim, as convicções. A meu ver, estas são quase que as piores das três. Isto porque são tão ou mais anti-filosóficas que os preconceitos pois, quando estamos convictos de algo, não damos qualquer hipótese à existência ou reflexão acerca desse mesmo algo. Criamos uma resposta definitiva, não deixando margem para dúvidas. Esta ideia, opõe-se ao objectivo da filosofia, que é criticar e refletir acerca de todas as nossas crenças e ideias. Pois, com a filosofia, raramente há uma reposta definitva; arrisco mesmo a dizer nunca.

Para mim, uma pessoa sem qualquer uma destas três coisas, é uma pessoa forçosamente feliz. Eu tento sê-lo e, para isso, ao aperceber-me destes três tormentos, tento erradicá-los e destruir toda a ilusão que estes acarretam.