
Hoje em dia, não há católicos. Pelo menos, não há minha volta. Todos vivem sem Deus, mesmo aqueles que afirmam que nele acreditam. O problema é que, sem Deus, vivemos apenas connosco sozinhos. Não digo que aqueles que nele acreditam piamente e vivem segundo os valores cristãos vivem com ele e são felizes: pensam que vivem com ele e que são felizes, mas vivem apenas na ilusão, porque têm medo de se conhecer a si próprios, os covardes. No entanto, o que fazer quando se tem consciência disso, que Deus não passa de uma ilusão, de uma criação nossa?
O que acontece é que muitos se apercebem de que não se conhecem e de que não sabem o que fazem aqui. E tanto esses como os que não se apercebem disso conscientemente, procuram algo ou alquém que lho diga. Largam um deus para procurar outro. Pois «É mais fácil obedecer a outro do que condenar-se a si mesmo.» (Nietzsche). Estaremos condenados a fugir de nós próprios eternamente? A enterrarmo-nos no aconchego de um qualquer deus que nos conforte? Ou teremos poder para nos encontrar e ir mais longe?