quarta-feira, abril 28, 2010

A morte é o pior coisa que nos pode acontecer?

Bem, o blog está a ficar muito filosófico, mas eu avisei.

Há muito tempo que penso se a morte é uma coisa má. Bem, depois de ler um livro de filosofia (O Dia Em Que Sócrates Vestiu Jeans), encontrei duas respostas diferentes. Eu vou adaptá-las à minha maneira:
    - A primeira dizia que a morte não é a pior coisa que nos pode acontecer. Eu concordo com esta opinião. As consequências da morte são negativas, nisso não tenho dúvidas, mas apenas para os que ficam. Para quem morre, não acontece qualquer mal, porque a morte não é má em si mesma. As suas consequências são más. As causas que levam a que ela suceda são igualmente más e muitas vezes dolorosas. Mas a morte em si não é nada. Como dizia Epicuro «A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais». E esse velho filósofo tinha toda a razão! O que é para nós a morte? Nada! As consequências da morte? Bem, isso já envolve dor, sofrimento e nostalgia, mas a morte em si não envolve nada disso.
    - A outra opinião envolvia Deus. Não me lembro concretamente do que o homem que a apresentava dizia. Apenas me lembro de dizer que quem dá valor à vida não pode gostar da morte. Quem gosta de viver obviamente que não quer morrer. Só evitamos a morte sendo imortais. Mas será que a lendária imortalidade é melhor do que a morte? Eu penso que não. A vida só faz sentido porque há morte, porque é finita. Que valor dariamos nós à vida se não houvesse morte?

Pensem nisso e partilhem as vossas opiniões. A morte é a pior coisa que nos pode acontecer?

terça-feira, abril 27, 2010

A vida sem filosofia... (Alegoria de Platão)


Já devem ter reparado no título do blog. Pois, agora, convido-os a analisá-lo.

Imaginemos um mundo sem filosofia. O que seriamos nós num horrendo mundo como esse? Seriamos apenas animais. Animais irracionais sem qualquer superioridade em relação aos outros seres. Não teriamos qualquer atitude crítica e deixariamos de questionar tudo, o real e o irreal. Seriamos animais enclausurados numa caverna sem qualquer possibilidade de fuga. Digo isto recorrendo à Alegoria da Caverna, de Platão. Passo a explicar, para quem ainda não souber do que se trata:

Platão, certa vez, comparou-nos (seres humanos) a homens numa gruta, acorrentados com grilhões. Esses prisioneiros encontravam-se na caverna desde a infância, presos pelas pernas e pelo pescoço, sem qualquer possibilidade de se mover, apenas podendo olhar em frente, para o fundo da caverna. Nessa mesma caverna, havia uma entrada para a luz e os homens, algemados, viam apenas as sombras, no fundo da caverna, de tudo o que passava por trás deles. Tanto tempo as viram que, obviamente, as tomaram como realiade. Ainda para mais porque, quando uma pessoa ou um animal passava e fazia um som ou falava (no caso de ser humano), eles pensavam que eram as sombras que falavam ou faziam esse mesmo som, devido ao eco criado pela gruta.
Acontece que, certo dia, um deles é forçado a sair da caverna. Obviamente, que tudo lhe iria custar: endireitar-se, mover o pescoço e até mesmo olhar para as coisas (pois tudo lhe pareceria mais brilhante comparado com as sombras que vira a vida toda). Assim, já fora da caverna, o mesmo homem teria muitas dificuldades em adaptar-se e acharia que nada daquilo era real pois, para ele, o real eram as sombras que vira durante toda a sua vida. E, como lhe custaria olhar para todas as coisas que lhe pareciam luminosas, ele preferiria voltar para junto das sombras dos objectos para as quais podia olhar e acharia, essas mesmas sombras, mais nítidas do que a realidade que lhe queriam mostrar.
Contudo, forçado a ficar naquele estranho mas real mundo, iria-se habituando. Primeiro, olharia com mais facilidade para as sombras. Depois disso, para as imagens dos homens e dos outros objectos, reflectidos na água. E por fim, conseguiria olhar para os próprios objectos.
Então, o homem já "iluminado" e lucido, pensaria na sua velha habitação e nos seus velhos companheiros. Que mais poderia o homem ter deles senão pena? E acabaria por sentir vontade de os libertar das mesmas trevas que, outrora, também o prenderam. Mas como reagiriam os seus companheiros? Obviamente se irião rir dele, iriam pensar que era louco. E, se fossem obrigados a ver a luz como ele viu, culpá-lo-iam e, provalmente, matá-lo-iam também.
E lá está o Homem, enclausurado na sua caverna, sem vontade e sair, enquanto que os filósofos, esses prisioneiros que se escapam, vêem a luz e são vistos como loucos por essa gente que apenas vê sombras.

Bem, tudo têm um significado na Alegoria de Platão: os grilhões e as sombras representam o senso comum (preconceitos e dogmas), ou seja, tudo o que achamos que é real; os prisioneiros representam o Homem; a caverna o mundo em que vivemos e o prisioneiro que se solta representa os filósofos.

Todos nós, ou a maioria, nos encontramos presos por esse mesmo senso comum. Presos num mundo que têm como base esse mesmo senso comum. Encontramo-nos presos na "caverna", sem querer sair de lá, pois sentimo-nos bem. Mas apenas um verdadeiro filósofo se pode sentir bem (apesar de ser difícil) pois apenas ele sabe o que isso significa.

Não nos devemos limitar ao senso comum. Não devemos aceitar as coisas sem as questionar. Devemos ter um espírito crítico e sempre aberto a novas ideias. Devemos questionar o que nos ensianaram, o que nos disseram que era verdadeiro, e até mesmo o que nos ensinam. Devemos dedicar-nos à filosofia e não desdenhar dela. Devemos sair desse mundo de sombras e explorar o maravilhoso e radiante mundo que se encontra fora da "caverna" onde estamos aprisionados.

Coloco a mesma pergunta: o que seriamos nós num mundo sem filosofia? Um monte de ignorantes presos numa colossal caverna.

Pois, "Viver é uma coisa rara. A maioria das pessoas apenas existe." (Oscar Wilde)

Pensem duas vezes antes de dizer que a filosofia não serve para nada. Uma gota de filosofia é muito superior a toneladas de riquezas.

Dilema moral



Estavas numa aula de Português, a ler um texto.

Enquanto o fazias, muito concentradamente, ouves um grande estrondo para lá da porta da sala. Tu interrompes a tua leitura mas a professora pede-te para continuares, e tu obedeces.

Continuas a ouvir barulhos mas, mesmo assim, continuas a ler. Passado um pouco, entra um rapaz armado, de 20 e poucos anos, pela sala a dentro. Não pensa duas vezes e atira numa rapariga, que cai no chão, morta e a escorrer sangue. Forma-se um grande poça de sangue no chão, e tu ficas com medo.

Tentas não fazer barulho para o rapaz não reparar em ti. Porém, deixas cair algo. O rapaz ouve e olha-te com um olhos negros cheios de ódio e raiva. Tu dizes desesperadamente: "Não me mate...". Ele dá uma gargalhada e responde-te: "Muito bem. Eu não te mato. Em vez disso vais ter que escolher entre estas duas hipóteses: ou matas essa rapariga (apontou para uma colega tua, com a qual te davas bem) ou eu mato o resto da turma. Que me dizes?"

O que é que vocês responderiam? Matariam a pobre rapariga para salvar o resto da turma ou nada fariam e deixariam o rapaz massacrar todos os vossos colegas?

(Adaptação de um excerto do livro O Dia Em Que Sócrates Vestiu Jeans)

segunda-feira, abril 26, 2010

Tenho andado a pensar...


Tenho andado a pensar...

E se pudessemos escolher? E se tivessemos de escolher entre a Utopia (um mundo perfeito e imaginário) e o mundo no qual vivemos agora?

Que pergunta tão básica, para alguns... Tão difícl, para outros... Eu sou um daqueles que a acha muito difícil e complicada. Na verdade, até acho que não tem qualquer resposta!

As possíveis e adequadas respostas que encontrei foram:

1 - Tinha lógica escolhermos a Utopia, obviamente. O mundo seria um paraíso se não existisse fome, guerra, conflitos religiosos, etc. Viveríamos todos em harmonia, tanto entre nós como com a Natureza, em igualdade e em justiça pois nada seria feio ou mau aos nossos olhos. E, por mais que o fosse, não nos estragaria a vida, pois viveríamos num mundo perfeito!
Críticas: Então, mas o que é a perfeição? Será que daríamos tanto valor à comida se não tivessemos fome? Será que daríamos tanto valor ao calor se não houvesse frio? Será que daríamos tanto valor à lealdade ou à honestidade se não houvesse deslealdade ou desonestidade? Será que não precisamos das imperfeições para ter uma vida perfeita? Tudo passaria a ser banal, vulgar. Tudo perderia o seu encanto pois era a única coisa que existiria. A vida deixaria de ser dinâmica e imprevisível e passaria a ser monótona. E deixaríamos de viver, apenas existíriamos.

2 - Era muito melhor escolhermos o nosso mundo, por todas aquelas críticas que foram referidas! Pelo menos, a nossa vida não seria monótona! Viveríamos bem e poucas coisas nos seriam banais, apesar de algumas o serem.
Críticas: Obviamente que nós viveríamos bem. Contudo, muitas pessoas continuariam a morrer devido à fome, conflitos armados, racismo, desigualdade de direitos, etc. As imperfeições, nas vidas dessas pessoas, seriam demasiadas! Não será egoísta da nossa parte querermos o mundo como ele é? Porque para nós está tudo bem! Porém, pessoas continuam a morrer... Nada disso acontecia se vivêssemos na Utopia...

O que me dizem? O que acham? Dêem a vossa opinião, sff.

domingo, abril 25, 2010

25 de Abril - Dia da Liberdade


O primeiro de muitos posts!
Hoje, é um dia muito especial: o 25 de Abril! Provavelmente o dia mais importante na história de Portugal. Assinala uma grande conquista por parte do povo português: a liberdade.

Antes do famoso 25 de Abril, Portugal não era como é hoje. Não existia liberdade de expressão, liberdade de opinião... Não existia liberdade! Hoje, provavelmente, existe demais.

Festejo e festejamos o 25 de Abril com muito orgulho do povo português. E com muito orgulho da sua coragem em enfrentar os opressores de liberdade! Viva o 25 de Abril e que nos sirva para lembrar o valor da liberdade de expressão e de opinião que actualmente temos!
25 de Abril, para Sempre!

O meu blog...

Bem... Como actualmente vejo e conheço pessoas com blogs, apesar de não serem muitas, decidi fazer o mesmo. Porque não? Afinal, não pode ser uma coisa difícil. Espero que não...

Espero que seja um sucesso e espero que gostem!

BeRn@rDo